JERUSALÉM (Reuters) - Um árabe que manteve relação sexual consensual com uma judia em Israel foi condenado a 18 meses de prisão por estupro e "sexo mediante fraude."
Em entrevista publicada na quarta-feira pelo jornal israelense Haaretz, o réu se diz vítima de racismo, porque a mulher só o teria denunciado à polícia após saber que ele era árabe.
"Se eu fosse judeu, nem teriam me interrogado," afirmou.
Ao aprovar a sentença na terça-feira, a Corte Distrital de Jerusalém disse que o réu, "que é casado, se apresentou falsamente como sendo um judeu solteiro, e, como tal, interessado num relacionamento romântico significativo."
São raros em Israel os casamentos entre judeus e árabes, que constituem 20 por cento da população do país.
O tribunal disse que a mulher só consentiu com a relação, há dois anos, porque o homem mentiu, e que cabe à Justiça proteger a população contra "criminosos sofisticados, de fala mansa, que podem desgarrar vítimas inocentes."
Em 2008, criou-se em Israel a jurisprudência de que enganar alguém para fazer sexo é algo equivalente ao estupro. O caso que estabeleceu esse precedente envolvia um homem que se fez passar por funcionário do governo e convenceu uma mulher a fazer sexo mediante promessas de benefícios estatais.
(Por Jeffrey Heller)
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