Candidato a deputado federal, Kiko, do KLB, garante: "Não tenho medo de nada."
Militante do combate à pedofilia, Kiko altera a voz quando fala do crime. Há cerca de três anos membro da CPI da pedofilia, quer fazer mais, mas para isso tem de ser eleito, avalia. “O Brasil não anda pra frente porque a certeza da impunidade é muito grande. Se as pessoas tivessem certeza da punição, pensariam duas vezes antes de agir.”
Segundo Kiko, a atuação política não vai afastá-lo da banda. "Tenho uma imagem, uma carreira", disse ele. Mas o fato de ser artista tem gerado desconfiança e preconceito desde que ele anunciou ser candidato. “Há 20 dias oficializei minha candidatura, e já tomei muita porrada. É muito fácil ficar na arquibancada recriminando, difícil é descer para a arena e lutar. Mas eu sempre fui assim, guerreiro. Não tenho medo de nada, não temo desafios”.
De onde surgiu esse interesse pela política?
Da visão de oportunidade de fazer alguma coisa além do que já faço. Sempre recriminei quem se aventura em uma coisa para a qual não está preparada, mas eu sempre fiz campanhas: o Mundo Jovem, o Hospital do Câncer de Barretos; sou um dos padrinhos nacionais do Proerd, um programa das drogas da polícia militar, e estou na CPI da Pedofilia.
Quando pensam em pedofilia, a imagem que vem à cabeça é a de um homem tendo relação sexual com uma criança, o que não retrata 100% da realidade. Já vi um vídeo com um pediatra que se masturbava enquanto penetrava um menino de vinte dias com o cabo de um martelo. O que a gente já apreendeu são coisas nojentas, medonhas, casos que se tornaram emblemáticos, mas não tenho poder de ação porque não tenho cargo público, não tenho mandato, eu não posso assinar nada. A gente fala assim 'ah, político é tudo ladrão'. Mentira. A maioria dos políticos são bons e eu me atrevo a dizer isso. Eu tenho uma imagem que foi construída e eu não vou deixar que minha imagem se destrua porque estou entrando para a política.
Se você vencer as eleições, haverá mudanças ou separações no KLB?
O KLB permanece completamente preservado, a banda é minha paixão, é minha vida. Foram conquistas de anos, anos e anos. De brigas, de batalhas diárias, noites sem dormir. Só tomei a decisão a partir do momento em que eu vi que poderia tocar as duas coisas em paralelo. Sou idealista, sempre fui, nasci assim. O próprio KLB é uma ideologia minha que eu falei 'eu vou, eu quero, eu consigo'. Fui agraciado por Deus porque ele me deu a oportunidade, eu agarrei e fiz. A política é um novo passo.
Acha que a carreira e o sucesso de vocês, com milhares de fãs, vai influenciar no número de votos, independente de suas propostas?
Tem muito fã que fala isso. Eu não quero que você vote em mim porque você é fã do KLB. Eu quero que você pare, sente e escute o que eu tenho a dizer. Não será fácil me eleger, 130 mil votos não é nada fácil de conquistar, eleição é uma caixa de surpresas. As pessoas têm primeiro que saber que a gente é candidato. Segundo, saberem qual é nossa plataforma real, que é a defesa da família. Estou saindo de um meio onde não tenho rejeição. Não tenho, a rejeição quanto à minha imagem é zero. Nunca pus uma gota de álcool na boca, nunca fumei um cigarro, nunca usei nada de drogas. Pra você ter ideia, sou tão extremista que no réveillon eu brindo com guaraná.
O fato de seu público ser, em sua maioria, crianças e adolescentes, te impulsionou para abraçar essa causa contra a pedofilia?
Não acho que tenha sido por causa disso, até porque o público do KLB hoje não tem idade. Você vê no show: metade é homem, metade é mulher, tem criança, tem adolescente, adulto, senhores, senhoras. Se for eleito, a primeira coisa que eu quero fazer é instaurar uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) de maus tratos, contra a criança e a mulher. O Brasil está esquisito como está porque o adulto de hoje já foi uma criança maltratada. Graças a Deus eu tenho uma vida consolidada profissionalmente, pessoalmente. Então chega um momento em que penso que não dá pra ficar só com isso, preciso fazer algo, e acredito que posso fazer com ênfase maior. Tem um conhecido que eu encontro direto e tive de chamar de babaca, o (Kleber) Bambam, do "Big Brother". O cara se candidatou a deputado federal e os "CQC" perguntaram: "O que faz um deputado federal?". Ele falou assim: "Não sei, a gente não teve as reuniões ainda". Meu amigo... Volta pro "Big Brother" e fica preso lá o resto da sua vida!
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