Grupo "fornecia" adolescentes para a classe alta

partir de contatos na chamada "alta sociedade" da região Oeste do estado, uma quadrilha aliciava 36 mulheres, principalmente adolescentes entre 14 e 17 anos, e as agenciava para que empresários, políticos e outras pessoas de alto poder aquisitivo fizessem programas que variavam entre R$ 30 a R$ 500. Esse esquema de exploração sexual foi descoberto pelo Ministério Público e desbaratado ontem pela manhã, na chamada "Operação Arcanjo", com apoio das polícias Rodoviária Federal, Militar e Civil do Rio Grande do Norte. Foram detidos três homens e uma mulher, cujas identidades não foram reveladas, acusados de integrar a quadrilha, um deles em Brasília (DF) e o restante em Apodi (RN), além de três adolescentes apreendidas.






Operação Arcanjo, que teve articulação entre várias forças policiais, cumpriu mandados no RN e Distrito Federal Foto: Roberto Cabral/Divulgação/PRF/D.A Press

Segundo o promotor da Infância e da Juventude da comarca de Mossoró (a 285km de Natal), Olegário Gomes, as investigações que começaram há nove meses, revelaram que a quadrilha aliciava jovens carentes com idade média entre 14 e 17 anos, e as explorava sexualmente. As garotas, oriundas das cidades de Apodi, Portalegre e Umarizal, na região Oeste, eram "agenciadas" para fazer programas com empresários, políticos, profissionais da saúde e servidores públicos, principalmente da cidade de Mossoró. Os contatos eram feitos por telefone, uma vez que os acusados eram bem relacionados com a "alta sociedade", sem a necessidade de um local físico.



Olegário Gomes afirma que as garotas se submetiam à exploração, principalmente, pelas precárias condições em que viviam em suas famílias. "São meninas vulneráveis socialmente que somente podiam aceitar a situação". Ainda segundo o promotor, 30% do valor do programa ficava com os agenciadores. Os programas aconteciam nos vários motéis da região.



A partir das informações levantadas na operação, a polícia cumpriu ontem quatro mandados de prisão contra os acusados de operar o esquema criminoso. Além disso, foram cumpridos três mandados de busca e condução coercitiva e outros quatros só por condução coercitiva. Esses últimos visam levar pessoas a depor para servirem de testemunhas. A partir desses, três adolescentes, vítimas do esquema, foram apreendidas.



O promotor diz que essa parte da investigação visa não somente desbaratar a rede de exploração sexual, mas também reunir provas e identificar a participação de cada envolvido no esquema. Por isso, além das pessoas detidas, foram apreendidos vários computadores, máquinas fotográficas e aparelhos celulares. "Esse momento era o de não somente garantir o fim da exploração imposta a essas garotas, mas também de colher provas materiais contra os culpados".



Envolvidos



Por esperar que seja decretado o sigilo de justiça sobre o conteúdo das investigações, o Olegário Gomes preferiu não divulgar o nome dos acusados, como também preservar as identidades dos prováveis clientes do esquema criminoso. "Temos que separar o papel de cada envolvido no esquema, quem eram os clientes, os agenciadores e demais cúmplices, pois responderão por crimes diferentes. Para isso, serão produzidas investigaçõesparalelas. Não podemos incluir todos em um só processo".



Ainda segundo o promotor, não é possível ainda saber quantas garotas foram vítimas, bem como saber o valor lucrado pela quadrilha. As investigações devem ainda revelar o raio de ação real da quadrilha. "Sabemos que eles aliciavam garotas de todo o estado e tinham contato com pessoas de Fortaleza (CE) e até recebiam propostas do exterior".

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