Uma professora de português da Escola Estadual Professora Maria Ramos, em São Carlos, pediu para uma aluna de 12 anos entrar na internet para conversar e marcar um encontro com um pedófilo, como tarefa da disciplina. Ela teria deixado um recado no caderno da menor, explicando como deveria agir. A docente também teria pedido a colaboração dos pais para vigiar as conversas online. Segundo ela, o objetivo do trabalho era mostrar os riscos na internet.
Ao ver o bilhete no caderno da menina, a mãe ficou indignada. O padrasto da aluna disse que foi até a escola reclamar com a direção.
A criança explicou que a professora separou três grupos na classe, cada trabalho com um tema diferente. Em seu grupo, o tema tratado era pedofilia e, por ter acesso à internet, a educadora pediu que entrasse em um chat para encontrar um pedófilo.
Segundo relato da estudante, "eram três grupos, cada um com um tema, e o meu grupo era sobre pedofilia. A minha professora pediu para mim e para o meu colega, só eu e ele que temos mais acesso basicamente à internet, entrar num chat de bate-papo, procurar um pedófilo e conversar com ele”.
A estudante continua o relato dizendo que, além de conversar online com o aliciador, teria que marcar um encontro com ele em frente à Catedral, no centro de São Carlos. "Ela disse assim, para mim e pro meu colega, né, pra conversar com o pedófilo e marcar um encontro, né. No horário marcado em frente à Catedral, que ela ia levar eu e ele lá pra tirar foto desse pedófilo”.
A mãe da menina, que não quis se identificar, está indignada com a atitude da professora. "A professora expôs a criança a fazer um trabalho absurdo. O trabalho sobre pedofilia tudo bem, mas minha filha procurar um pedófilo na internet é inadmissível. Eu não aceito isso”.
A família da criança procurou a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, que enviou uma nota de esclarecimento, determinando a instauração de procedimento preliminar para apuração de responsabilidades e também o afastamento da docente. Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo esclarece que após receber as informações da ocorrência da direção da Escola Estadual Professora Maria Ramos, em São Carlos, determinou, nos termos da lei, a instauração de procedimento preliminar para apuração de responsabilidades e também o afastamento da docente. Enquanto não houver a conclusão desse procedimento, a administração não dará mais informações sobre o caso, pois terá de atuar como instância de decisão, não podendo, portanto, correr o risco de caracterizar prejulgamento.
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Educação”
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