Advogado ameaça deixar cliente que "fala demais"

O advogado Ércio Quaresma ameaçou abandonar a defesa do caseiro do sítio do goleiro Bruno, Elenilson Vitor da Silva, se o cliente insistir em não cumprir sua ordem de permanecer calado e prestar depoimento somente em juízo. Segundo o defensor, Elenilson anda falando com policiais nos bastidores, e está sendo levado “para lá e para cá” pela Polícia Civil, para conversas às escondidas.


“Se ele começar a falar isso ou aquilo do Bruno, e contradisser o que ele for falar, e se houver um conflito de defesa, nesse caso não pode haver o mesmo advogado”, disse Quaresma, que além do goleiro e de seu funcionário defende outras quatro pessoas no processo sobre o suposto assassinato da ex-amante de Bruno, a modelo Eliza Samudio, de 25 anos. “Se esse moço (Elenilson) disse algo, mas não disse no papel, eu acredito no que está no papel”, reforçou Quaresma.

O advogado criticou a posição da polícia de impedir inicialmente que a defesa tivesse acesso ao conteúdo completo do inquérito, postura que mudou na terça-feira. Também considerou o trabalho policial um “teatro de horrores”, ressaltando que o próprio chefe do Departamento de Investigações (DI), delegado Edson Moreira, tem vazado informações do inquérito para determinado órgão de comunicação. Também criticou o fato de o menor de 17 anos, primo de Bruno, ter sido interrogado pelo Ministério Público na quarta-feira sem a presença da mãe ou de um responsável legal.

Terça-feira, segundo Quaresma, o inquérito foi “escoltado” por dois policiais até o seu gabinete, para que fossem feitas cópias. Ele pretendia terminar, ainda na quarta-feira, o estudo das mais de 1,5 mil páginas para subsidiar o pedido de habeas corpus a que pretende dar entrada nesta quinta-feira, no Tribunal de Justiça. O primeiro pedido de soltura será para o jogador Bruno e, em seguida, para os demais envolvidos.