Vaticano esclarece «comparação» entre ordenação de mulheres e pedofilia

Enquanto o abuso sexual é um «crime contra a moral», a tentativa de ordenar uma mulher é um «crime contra um sacramento», diz a Santa Sé



O Vaticano negou, esta sexta-feira, as acusações de que encarava a ordenação de mulheres e o abuso sexual de crianças por religiosos como crimes semelhantes. O esclarecimento surge depois de, na quinta, o Vaticano ter divulgado um documento com novas regras para encarar o abuso sexual de crianças por padres.

O mesmo documento, também classificou a «tentativa de ordenar uma mulher» como um dos crimes mais graves contra a lei da Igreja. O facto de os dois assuntos serem abordados num mesmo documento provocou polémica.

Esta sexta-feira, o representante do departamento de doutrina do Vaticano, monsenhor Charles Scicluna, veio garantir que não houve uma tentativa de comparar os dois crimes à luz da lei canónica. «Estão no mesmo documento, mas isso não os coloca no mesmo nível, nem lhes dá a mesma gravidade», disse, citado pela Reuters.

O responsável esclareceu que, enquanto o abuso sexual é um «crime contra a moral», a tentativa de ordenar uma mulher é um «crime contra um sacramento».