TAREFA URGENTE JOÃO EMANUEL PRECISA PEGAR UMAS BOAS “AULAS” COM O SEU SOGRO JOSÉ RIVA

ANÁLISE POLÍTICA


 Mário Marques de Almeida
O  vereador João Emanuel (PSD), presidente da Câmara de Cuiabá,   conseguiu  a façanha de colocar a maioria dos vereadores cuiabanos contra si, ao ponto de ter a legitimidade de seu cargo questionada por um grupo de 16 colegas legisladores, entre os quais vários que votaram nele para presidir o Legislativo cuiabano. O desgaste de Emanuel foi rápido e fulminante, acontecendo cerca de sete meses após sua posse.
Na contramão da forma de atuar de seu sogro, o deputado José Riva, líder maior do PSD mato-grossense, e que nas duas últimas décadas tem pontificado em postos de comando e liderança na Assembleia Legislativa, João Emanuel – o vereador mais votado nas urnas da Capital na última eleição, graças, sobretudo, o apoio de Riva – é o que pode se chamar de a “criatura política que não saiu à semelhança do seu criador”!  No seu caso, a política imita a fábula.
Enquanto José Riva, independentemente de estar ou não à frente da Mesa da Assembleia, é ponto de equilíbrio e convergência do Legislativo estadual, influenciando fortemente as decisões e rumos daquele Poder, João Emanuel, o genro, age ao contrário: se transformou em pomo de discórdia na Câmara da Capital – uma Casa que, a bem da verdade, conforme a própria mídia local vem apontando, nunca foi um modelo de representatividade popular, mas também nunca esteve tão exposta  de forma negativa como agora na gestão de Emanuel.
Ao contrário de se dedicar à tarefa de presidir seus pares, o que, aliás, é uma missão que exige bom senso e espírito conciliador, por se tratar de um poder colegiado, João Emanuel, desde que assumiu a presidência, tem se empenhado em atacar sistematicamente o prefeito Mauro Mendes (PSB) por questões de ordem financeira e referentes ao aumento de repasses da Prefeitura para a Câmara. Até aí, não entramos no mérito dessa contenda, até porque nos faltam informações técnicas e objetivas sobre os valores do duodécimo - que é a parcela mensal da arrecadação de Cuiabá a que a Câmara de Vereadores tem direito.
O questionamento que fazemos é porque, nessa queda de braço, João Emanuel confunde suas atribuições de presidente da Mesa, que deve ser a de moderador entre os vereadores, e não aceita que outros colegas de parlamento pensem diferente dele e tenham também o direto de apoiar o chefe do Executivo municipal. No que ele confunde a essência do Legislativo que se estriba, justamente, no direito de ser situação e oposição.  Se ele se opõe a Mendes, que o faça, desde que não queira “patrolar” outros vereadores, cassando-lhes a palavra e ameaçando de expulsão do plenário. Conforme fez recentemente quando um dos edis quis fazer contraponto a uma das muitas “catilinárias” que Emanuel fazia contra o prefeito.
Nesse aspecto, o genro precisa pegar umas “aulas” com o seu sogro que, até onde se sabe, nunca agiu com truculência contra seus pares. No que inclui aqueles parlamentares que não pertencem ao grupo político liderado por Riva, mas têm a tribuna livre, inclusive para criticar o próprio deputado.
Em suma, a maneira atabalhoada de João Emanuel agir fez com que, ao contrário de prejudicar Mauro Mendes, a base do prefeito cuiabano, que vinha em um processo de desmoronamento, praticando  o “esporte” chamado de “fogo amigo” sobre Mendes, se unisse em sua defesa e virasse suas baterias contra o presidente da Câmara.
O que os articuladores políticos da Prefeitura não vinham conseguindo fazer, unificar o apoio dos aliados, João Emanuel conseguiu sozinho, com suas investidas raivosas e inconsequentes contra o alcaide da Capital.
Mauro Mendes deve estar grato por isso!
* Mário Marques de Almeida é jornalista e exerceu os cargos de secretário de Imprensa do Governo de Mato Grosso e das Prefeituras de Rondonópolis e Cuiabá.


Fonte: Página Única
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