‘Essa quadrilha tomou de assalto o PDT’, diz ex-ministro do Trabalho


  • Pedetista, Brizola Neto critica grupo do presidente da legenda, Carlos Lupi

Brizola Neto, ex-ministro ministro do Trabalho
Foto: Luis Ushirobira / Luis Ushirobira/Valor
Brizola Neto, ex-ministro ministro do Trabalho Luis Ushirobira / Luis Ushirobira/Valor
BRASÍLIA — Seis meses depois de deixar o governo, o ex-ministro Brizola Neto decidiu romper o silêncio e criticou duramente o controle do Ministério do Trabalho pelo grupo do presidente do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi. Brizola chama de "quadrilha" o grupo de Lupi. Para o ex-ministro, é inacreditável que o mesmo grupo que deixou o governo em meio a denúncias de corrupção tenha retornado a ocupar postos-chaves no ministério.
Em duas das mais recentes operações da Polícia Federal, Pronto Emprego e Esopo, quatro integrantes da cúpula do ministério foram presos, e o secretário-executivo Paulo Pinto teve que deixar o cargo.
As investigações prosseguem, e a polícia não descarta novas medidas de força contra pessoas acusadas de desviar dinheiro destinado a requalificação de trabalhadores que, em boa parte dos casos, estão a procura de melhores empregos.
— Essa quadrilha tomou de assalto o PDT, depois o Ministério do Trabalho. Saiu por corrupção e depois voltou — disse Brizola.
Servidores afastados
Quando assumiu o ministério na vaga de Lupi, Brizola afastou vários servidores do alto escalão, entre eles Paulo Pinto e o ex-assessor especial Anderson Brito Pereira, um dos presos na Operação Esopo.
Pinto, Pereira e outros foram reabilitados quando Brizola deixou o governo para ceder lugar ao secretário-geral do PDT Manoel Dias por indicação de Lupi, que controla a máquina do partido.
— Saí do ministério por estar fazendo a coisa certa — afirma o ex-ministro.
Brizola está tão irritado com as concessões da presidente Dilma Rousseff ao grupo de Lupi que esta semana até recusou um convite para uma reunião em Brasília com o chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo. Giles ligou para o ex-ministro para conversarem sobre a mais nova crise na administração do Ministério do Trabalho pelo PDT, mas o ex-ministro disse não e deixou claro que não vai baixar o tom das críticas.
— Não vou me calar. Para mim é muito difícil. O que está acontecendo é muito grave. Querem destruir o PDT — disse.
Irritação com Dilma
Brizola Neto, que já estava desapontado com a volta do grupo de Lupi ao poder, ficou ainda mais irritado quando ouviu, em solenidade no Palácio do Planalto, a presidente Dilma fazer rasgados elogios ao deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT na Câmara. Brizola reclamou dos mimos a Carlos Araújo, ex-marido da presidente. Para ele, Figueiredo também terá que dar explicações sobre desvios no ministério.
O ex-ministro sustenta que o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), a Oscip que está no centro das investigações da Operação Esopo, foi agraciada com quase todos os contratos do Ministério do Trabalho com programas de requalificação profissional no Ceará, estado de origem de Figueiro. Segundo ministro, o monopólio dos contratos e das verbas pela entidade tinha como fonte o deputado.
— Há cinco anos o IMDC ganha todas as licitações do Projovem no Ceará — lembra o ex-ministro.
O GLOBO tentou, sem sucesso, falar com Lupi e André Figueiredo. Lupi não retornou o recado deixado na caixa posta de seu celular. Figueiredo também não atendeu as ligações do jornal.

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