Marcinho VP pede para deixar RDD, diz ser amigo de José Júnior e nega ordem para ataques ao AfroReggae
O traficante Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que está na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, fez um pedido à Justiça do estado para que seja retirado do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no qual está desde o dia 1º de agosto. VP, que escreveu o requerimento de próprio punho, foi colocado no RDD provisoriamente, após investigações da direção da unidade indicarem que ele e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, tinham ordenado os ataques às sedes do AfroReggae no Rio de Janeiro.
Os dois foram indiciados pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) do Rio de Janeiro por terem dado o comando para os atentados. Com a conclusão do inquérito, o diretor de Catanduvas, delegado Fabiano Bordignon, vai pedir à Vara de Execuções Penais a inclusão definitiva de VP e Beira-Mar no regime mais duro.
No requerimento, datado de 19 de agosto e assinado por Marcinho, o traficante afirma que tem bom relacionamento tanto com José Junior, coordenador do AfroReggae, quanto com o pastor Marcos Pereira, preso desde maio deste ano acusado de estupro. A briga entre Junior e o religioso seria o motivo para a ordem dos ataques.
Uma conversa entre Marcinho e Luiz Fernando da Costa, em Catanduvas, foi crucial para incriminá-los. Nela, Beira-Mar fala para VP mandar um “salve” para o coordenador do AfroReggae. Seria o código para os ataques. O diálogo foi autorizado pela Justiça do estado.
“Eu conheço esta palavra como saudação, mensagem, alô, menos ordem de atentado”, defende-se Marcinho, em seu requerimento.
O traficante acrescenta que Luiz Fernando da Costa seria um “retardado, um louco” se desse a ordem mesmo sabendo que era monitorado. “Ele pode ser emotivo às vezes, ignorante, mas não doido né”, afirma VP. Por autorização judicial, a conversa dos dois foi gravada e acompanhada pela direção.
Marcinho acrescenta que mesmo que tivesse recebido determinação para os atentados, não teria repassado para que fossem executados. “Não sou piolho para ir pela cabeça dos outros”, alega.
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