Jovem pede ajuda para cirurgia de reconstrução após graves sequelas de estupro
Abuso ocorreu há quatro anos em um matagal da cidade de Abadiânia
Uma adolescente possui há quatro anos sequelas de um estupro sofrido em Abadiânia, cidade de Goiás. A garota, hoje com 14 anos, precisa fazer uma cirurgia de reconstrução vaginal e ainda não conseguiu tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ela usa uma bolsa de colostomia para desvio das fezes, desde dezembro de 2009, e só voltará a ter uma vida normal após a operação.
A mãe da vítima, que preferiu não se identificar, conversou com o R7 e disse que toda a família foi afetada após o estupro. Ela culpa a prefeitura por não ter prestado o suporte necessário e que teve que se dedicar ao longo desses anos para cuidar da saúde da filha. O suspeito do crime, que era um conhecido da família, foi preso e responde pelo delito.
— Ele levou minha filha para um matagal, estuprou, espancou e depois tentou matá-la enforcada. Foi horrível, mas ainda assim damos graças a Deus que ela está viva. A prefeitura devia nos ajudar porque fomos vítimas de uma violência e não temos condições de oferecer o que a menina precisa.
O médico que atendeu a garota, Olegário Vital, ajuda a família desde a data do crime. Ele explicou que a cirurgia que a adolescente precisa passar é delicada e deve ser feita por um profissional especializado. O intestino e os órgãos íntimos foram machucados com o estupro. A menor era uma criança pequena e teve a pele rompida do ânus a vagina, o que gerou infecções e a necessidade da bolsa de colostomia.
— Até aqui eu ajudei como pude. Comprei remédios com o meu dinheiro e presto todo o atendimento que estava ao meu alcance. Agora é com a prefeitura ou algum médico da área que queria fazer esse trabalho voluntário.
A adolescente recebe tratamento psicológico. A mãe relatou que ela não tem vontade de frequentar a escola porque é alvo de chacotas por parte dos colegas.
— Ela é motivo de piada na escola e nunca mais terá uma vida normal. Esperamos todos os dias alguma solução para esse problema que parece ser sem fim.
A secretária de Saúde de Abadiânia, Renata Pereira Freitas, disse ao R7 que assumiu o cargo em janeiro deste ano e tomou conhecimento que a garota abandonou o tratamento na cidade porque procurou ajuda em um hospital de Brasília. Ela afirmou que está em contato com a prefeitura do município para que as providências sejam tomadas para a realização da cirurgia.
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