Impunidade e mistério marcam desaparecimento e morte de criança há 40 anos no DF


Impunidade e mistério marcam desaparecimento e morte de criança há 40 anos no DF

Apesar da grande repercussão local e nacional na década de 70, até hoje ninguém foi preso
    Gustavo Frasão, do R7
No dia 11 de setembro de 1973, em plena ditadura militar, Ana Lídia Braga, de sete anos, foi raptada na porta do Colégio Madre Carmem Sales, na L2 Norte, área central de Brasília, por volta das 13h50. Em seguida, a criança foi estuprada e teve uma morte brutal. Apesar da grande repercussão na mídia local e nacional na época, o crime permanece um mistério e até hoje, 40 anos após o assassinato, ninguém foi responsabilizado pelo caso.  
Ana Lídia era caçula de três filhos e morava com os pais Eloyza Rossi Braga e Álvaro Braga, que eram servidores públicos, na quadra 405 da Asa Norte. O irmão do meio, Álvaro Henrique Braga, à época com 18 anos, chegou a ser preso apontado como um dos responsáveis pelo crime, mas foi inocentado e liberado por falta de provas meses depois. Ele tinha as características físicas apontadas pelo jardineiro do colégio que serviu como testemunha.   
Na época, ele disse que um homem alto, loiro, de cabelos compridos, que vestia blusa branca e calça verde-oliva teria ficado sentado no meio-fio por muito tempo observando a movimentação na porta da escola. Quando Ana Lídia apareceu, ele teria abordado a criança e saído com ela em direção desconhecida. Desde então, a menina nunca mais foi vista com vida.  
No dia 12 de setembro de 1973, 22 horas após o desaparecimento, o corpo de Ana Lídia foi encontrado pela Polícia Civil em uma vala rasa perto da UnB (Universidade de Brasília) no meio de um matagal. A vítima estava nua, com os cabelos totalmente raspados, sinais de queimaduras nas nádegas provocadas por cigarro e marcas de violência sexual.   
Ao lado do corpo, foram encontradas duas camisinhas e exames do IML (Instituto Médico Legal) comprovaram que a menina morreu por asfixia entre as 4h e 6h da madrugada do dia 12. Os exames também confirmaram que o abuso sexual aconteceu depois que Ana Lídia já estava morta.   
No mesmo dia em que o corpo foi localizado, o então secretário de Segurança Pública do DF, coronel Aimé Laimaison, garantiu que as investigações aconteceriam e que a polícia não iria descansar enquanto não encontrasse e prendesse os responsáveis pelo homicídio.  
Apesar disso, mesmo com filhos de políticos e autoridades da época terem sido apontados como suspeitos, ninguém foi preso e o caso tornou-se símbolo de impunidade em todo o Brasil. A brutalidade do crime amendrotou a população de Brasília na época. Por conta desse assunto, os pais passaram a evitar que os filhos andassem sozinhos pelas ruas ou fossem sem companhia às escolas com medo de que a situação de repetisse.  
Para homenagear a criança, um parque no centro da capital federal foi batizado com o nome Ana Lídia, que para muitos, é capaz de fazer milagres.

0 Comments:

Postar um comentário

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com