ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
O vereador Toninho de Souza (PSD) avaliou, nesta sexta-feira (6), que a queda de braço protagonizada pelo Legislativo e Executivo há quase três semanas é motivada, principalmente, revela a falta de harmonia entre os poderes e, sobretudo, de independência do Legislativo. DA REDAÇÃO
“O movimento dos 16 [vereadores da base do prefeito] é a mão de Mauro Mendes. O Legislativo está sendo tolhido de todas as formas. Nunca vi uma interferência tão grande. Precisamos ser independentes”, disse o vereador ao MidiaNews.
A briga, lembrou o parlamentar, teve início com a instalação da CPI dos Maquinários, anunciada no dia 21 de agosto, para investigar a licitação feita par o aluguel de máquinas pesadas na gestão de Mendes.
Desde então, o prefeito afirmou que a comissão seria uma resposta à sua negativa em aumentar o duodécimo. A oposição, no entanto, negou o argumento.
“Toda essa confusão foi gerada em cima da CPI dos Maquinários. Toda a reação por parte do prefeito foi por ela, assim como essa judicialização pela qual a Câmara tem passado. Entrar na Justiça para impedir a abertura da CPI é uma atitude dos aliados de Mendes. Mais uma vez, reforço a tese de que existe algo muito estranho e que não querem que seja descoberto”, disse o vereador.
"Mais uma vez, reforço a tese de que existe algo muito estranho e que não querem que a CPI dos Maquinários descubra"
Descontente e alegando falta de proporcionalidade na Comissão, a base impetrou mandado de segurança para contestá-la e, em caráter liminar, conseguiu sua suspensão.
Outra saída encontrada pelos 16 vereadores, entretanto, foi o pedido de três CPIs: a do Processo Legislativo, baseada na suposta adulteração de documentos; a CPI da LDO, com o mesmo argumento; e a CPI da Grilagem, que investigaria a atuação de João Emanuel como secretário municipal de Habitação, nas gestões de Wilson Santos (PSDB) e Chico Galindo (PTB).
Devido à negativa de Emanuel, o líder do Governo, Leonardo Oliveira (PTB), pediu o afastamento do presidente. Em uma manobra política, Emanuel votou em plenário sua própria cassação. Em uma sessão extraordinária às escuras, a base, no entanto, manteve o presidente afastado.
Na Justiça, diversas ações correm: uma que pede a instauração das três CPIs e outra, que solicita a criação da CPI da CAB, bem como um mandado que pediu o afastamento imediato de João Emanuel da presidência do Legislativo.
A última ação foi acatada ontem (5). Nas outras duas, a Justiça solicitou mais informações aos impetrantes.
Renovação
O vereador Toninho de Souza também criticou o discurso feito por boa parte dos parlamentares, de que a renovação do Legislativo seria fundamental para mudar a imagem de “Casa dos Horrores” que a Câmara vinha tendo com legislaturas passadas.
Neste ano, além do aumento do número de vereadores – de 19 para 25 –, 70% da Câmara foram ocupadas por “novatos”.
“Toda essa campanha que tivemos de renovação, na prática, não existiu. A Câmara continua sob o comando do Executivo. Cadê o espírito de renovação que foi pregado? Sumiu”.
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