Secretário nega desvio e diz que dinheiro está retido


Mauri diz que unidade de Sinop está em reforma e OSS não prestou contas

Pedro Alves/MidiaNews
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O secretário de Saúde, Mauri Rodrigues, afirma que OSS não presta contas
MARCIO CAMILO E LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima (PP), negou, durante sabatina na Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (4), que a pasta tenha desviado recursos do Hospital Regional de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), conforme denunciou o deputado federal e ex-secretário Pedro Henry (PP).

Henry, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Mensalão, afirmou na terça-feira (3), aos deputados estaduais, que R$ 37,4 milhões deixaram de ser encaminhados para a unidade desde maio de 2012, e foram aplicados em outras finalidades da secretaria.

Entre dezembro de 2011 e janeiro deste ano, o secretário de Saúde era Vander Fernandes, afilhado político de Henry, porém ele não foi chamado para prestar esclarecimentos.

“Não houve desvio. O recurso está retido. Foi uma decisão de gestão reter esse dinheiro na conta do Estado e não passar os valores integrais para a OSS [Organização Social de Saúde], que gerencia o Hospital de Sinop, porque a unidade está em reforma e não está em funcionamento. O dinheiro acabaria voltando e eu seria responsabilizado por isso”, afirmou Mauri.

“E como vou enviar equipamentos para um hospital que está em reforma, com poeira, no chão batido? Eu tenho responsabilidade sobre esses equipamentos, e eles estragariam nessas condições”, completou.

O presidente da Comissão de Saúde, deputado Antônio Azambuja (PP), afirmou que Mauri foi "irresponsável" e ainda o acusou de não repassar recursos para concluir a reforma do hospital.

De acordo com ele, dos R$ 7,9 milhões que deveriam ter sido encaminhados para a OSS Fundação de Saúde Comunitária de Sinop (Hospital Santo Antônio), o Estado passou apenas R$ 2 milhões.

“A falta de repasses para a reforma é grave, e o secretário pode responder por crime de responsabilidade fiscal. E ele é um irresponsável, por segurar os recursos para custeio da unidade, pois como é que o hospital vai entrar em funcionamento se não recebe os recursos integralmente?”, questionou Azambuja.

Mauri Rodrigues informou que o Estado pagou somente uma parcela da reforma, e que as seguintes não foram pagas porque a OSS não prestou contas do valor já gasto.

Outro questionamento dos deputados da Comissão de Saúde diz respeito à falta de cumprimento contratual, por parte da Secretaria de Saúde, que, a partir de abril deste ano,  deveria repassar, mensalmente, R$ 3.3 milhões ao hospital de Sinop, mas dessa quantia repassou apenas 1.5 milhões.
Novamente, o secretário explicou que os recursos foram retidos porque o hospital não está em pleno funcionamento.
“A partir do momento em que a unidade começar funcionar, nós vamos aplicar todos os recursos necessário para a manutenção do hospital. Essa é uma decisão de gestão. Eu não entendo como isso ainda não ficou claro para vocês (deputados). Não houve desvios de recursos públicos”, enfatizou o parlamentar.
Como aconteceu na audiência de terça-feira (3), o deputado Ademir Brunetto (PT) – que também integra a comissão de Saúde – voltou a afirmar que houve desvios dos recursos federais destinados à manutenção do hospital regional de Sinop.
Para o parlamentar, a explicação do secretário Mauri foi muito “nervosa e confusa”. “Ele apresentou dados gerais dos investimentos do Estado para área de Saúde. O nosso foco aqui são os recursos destinados a Sinop”, disse Brunetto.
Ele também destacou que houve uma dificuldade no cumprimento de metas, que gerou o não pagamento de serviços para a manutenção do hospital de Sinop. “Precisamos convocar a instituição que gere o hospital para dar mais esclarecimentos sobre a não conclusão da reforma”, destacou o deputado petista.
Crise

As denúncias feitas por Henry fazem parte do bombardeio que os deputado do PP vêm fazendo à gestão de Mauri à frente da Secretaria de Saúde.

O secretário foi indicado pelo partido em janeiro deste ano, para substituir Vander Fernandes, em uma tentativa de recuperar a imagem da pasta, muito desgastada pela polêmica com as OSS, atrasos milionários nos repasses para os municípios e reprovação das contas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Porém, desde que assumiu a Saúde, Mauri vem se recusando a atender o PP e entrou em crise com a bancada do partido.

Os deputado estaduais Antônio Azambuja e Ezequiel Fonseca “pediram a cabeça” do secretário ao governador Silval Barbosa (PMDB).

Em vez de demiti-lo, Silval deu ao secretário liberdade para exonerar da pasta todo o grupo ligado a Henry e aos deputados do PP.

A crise, porém, atingiu proporções maiores nos últimos dias e a substituição de Mauri já seria certa. Em seu lugar, deve ser nomeado o cardiologista Jorge Lafetá, ligado ao PMDB, e médico do próprio governador.
MidiaNews
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