Funcionários já relatam a deputados que irmão de governador "dá cartas" em mineradoras
ALEXANDRE APRÁ
DA EDITORIA
DA EDITORIA
Divulgação
|
CPI da Trimec deve apurar suposta ligação empresarial entre os empresários Wanderley Torres e Valdinei Souza com Mauro Mendes e Silval Barbosa
|
O requerimento para propositura da investigação já dispõe de nove assinaturas e pode ganhar o aval de mais quatro parlamentares. Para a criação são necessárias apenas oito assinaturas, o que representa um terço do total de 24 deputados.
Relatos de funcionários e ex-funcionários das mineradoras Maney Casa de Pedra, Maney do Pará e Fazenda Juricaba relatam, por exemplo, a utilização constante de máquinas pesadas da Trimec Construções Terraplanagem dentro das plantas de garimpo do grupo empresarial liderado por Mauro Mendes e Valdinei de Souza. Tudo isso deve ser apurado.
Funcionários também já relataram a alguns parlamentares a presença do empresário Antônio Barbosa, o "Toninho Barbosa", irmão do governador Silval Barbosa, nas dependências da Mineração Casa de Pedra e da Fazenda Juricaba, localizadas no distrito do Coxipó do Ouro e em Várzea Grande, respectivamente. Há relatos, inclusive, de que Toninho exerceria poder de comando sob alguns funcionários do empreendimento.
Silval e Mauro, segundo relatos já colhidos por técnicos da Assembleia Legislativa, também teriam, juntos, participado da transação comercial de venda de 50% da Maney Casa de Pedra a uma empresa de São Paulo.
Essa transação comercial está na mira do Tribunal Regional do Trabalho, que pode anular o leilão judicial da Minérios Salomão, empresa que detinha a exploração da área. Um juiz do TRT já foi afastado das funções e responde a um processo disciplinar. Ele é acusado de receber propina no valor de R$ 185 mil para liberação de um alvará em um processo referente ao leilão.
Curiosamente, foi na Fazenda Juricaba, em Várzea Grande, que os empresários Valdinei Souza e Wanderley Torres, juntos, foram vítimas de um suposto atentado a bala, após um assalto a mão armada. As investigações apontaram para o empresário Filadelfo dos Reis, dirigente de empresas do setor da mineração, como um dos mandantes. Mas, o Tribunal de Justiça trancou a ação contra o empresário por inexistir qualquer indício de autoria para justificar a ação penal.
A defesa alega que Filaldefo foi vítima de uma trama armada pelos empresários Valdinei de Souza e Wanderley Torres, que, para os advogados, também contou com a participação de pelo menos um delegado da Polícia Civil e membros do Ministério Público Estadual (MPE), para incriminá-lo.
O governador, no passado, já atuou como empresário do ramo da mineração. Antes de entrar na política, a família do peemedebista se dedicou à extração de ouro na região de Matupá, no norte do Estado.
Reprodução
|
Empresário conseguiu prorrogar dois contratos: R$ 52 milhões sem licitação com o governo
|
Mas, o que deve dar a tônica da CPI devem ser mesmo os contratos milionários firmados pelo governo estadual com a empreiteira de Wanderley Torres. Um dos primeiros contratos que devem ser investigados é o de manutenção de rodovias.
Só em 2012 e 2013, por exemplo, o governo celebrou duas prorrogações de contratos no valor de R$ 52 milhões para serviços de manutenção e conservação da malha viária de rodovias estaduais.
Durante os dois anos consecutivos, a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana prorrogou duas vezes um contrato, ambos no valor de R$ R$ 26,3 milhões, pelo período de 12 meses de serviços prestados.
As prorrogações se referem ao Instrumento Contratual n° 031/2011/00/00-SETPU, que sagrou a Trimec como vencedora do certame.
A partir do primeiro ano de vencimento do contrato, o governo do Estado, desobedecendo os princípios básicos da licitação pública, sem justificativa plausível, resolveu prorrogar os contratos, totalizando mais de R$ 52 milhões em recursos públicos direcionados à empreiteira.
Os extratos dos aditivos circularam no Diário Oficial de 14 de maio de 2012 e 15 de maio de 2013 e foram assinados pelo secretário de Transporte e Pavimentação Urbana.
Denúncias recebidas pela Assembleia Legislativa dão conta de que apenas três máquinas da Trimec Construções trabalham, em todo Estado, na manutenção de rodovias estaduais. “Basta você andar pelo Estado que você não vê equipes de conservação de estradas. Apenas equipes que trabalham nas obras de pavimentação asfáltico”, afirmou um técnico da Assembleia, que já analisa os documentos.
0 Comments:
Postar um comentário
Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com