O Seminário Avanços e Desafios para a Proteção à Infância na Copa 2014, promovido pela Childhood Brasil e OAK Foundation, terminou na quinta-feira, 20/06, com discussão dos principais indicadores que vão complementar o plano de ação proposto pela Agenda de Convergência, grupo de organizações e poder público que está atuando em prol de ações para a proteção de crianças e adolescentes nos megaeventos esportivos. Também foi discutido em grupo as abordagens de comunicação que podem ser usadas neste período, para mobilização da sociedade.
“Os indicadores vão ser orientadores para que possamos desenvolver um monitoramento da proteção da infância antes, durante e depois dos grandes eventos. Chegar a este nível de monitoramento não é tarefa fácil e um desafio global, como mostrou o estudo da pesquisadora Celia Brackenridge”, afirmou o gerente de programas da Childhood Brasil, Itamar Batista.
Itamar acredita que o trabalho realizado no seminário pode ser utilizado em outras ocasiões. “Apontamos um caminho para ter crianças e adolescentes protegidos. Um caminho que inclusive pode ser compartilhado com outros países que receberem grandes eventos.”
Entre os indicadores sugeridos, está o que avalia o tempo que decorre entre a denúncia de violação e a responsabilização do violador. “Fizemos um trabalho técnico que pode se transformar em um legado importante”, falou a facilitadora do workshop de indicadores e consultora da Childhood Brasil, Rita Ippolito.
Para a coordenadora de programas daChildhood Brasil, Erika Kobayashi, e facilitadora do workshop de comunicação, o debate sobre as mensagens-chave para proteção da infância foi importante por reunir os profissionais que trabalham na área e especialistas em comunicação para se chegar a um consenso com relação a uma proposta de abordagem mobilizadora. “Claro que existem particularidades, mas a ideia é trabalharmos nossa comunicação de prevenção com foco em meninas, sendo disseminada em comunidades e em espaços de convivência específicos da Copa do Mundo”.
Primeiro dia
No primeiro dia do seminário, a pesquisadora Celia Brackenridge, do Centro de Esporte, Saúde e Bem-Estar da Universidade de Brunel, em Londres,apresentou os resultados do estudo “Riscos e recomendações para a proteção da infância em grandes eventos esportivos”.
Ela afirmou que os atores envolvidos na proteção da infância devem trabalhar de forma integrada para a Copa de 2014. Destacou também a necessidade de se construir ferramentas efetivas de monitoramento das ações realizadas.
O professor Sylvio Ferreira, mestre em psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), fez uma exposição sobre futebol e infância na cultura nacional. Ferreira ressaltou a vulnerabilidade de crianças na primeira e segunda infâncias, sobretudo em grandes eventos.
A secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angélica Goulart, apresentou a Agenda de Convergência para Proteção Integral dos Direitos da Criança e do Adolescente e suas principais iniciativas, como o lançamento de um aplicativo para o celular, o Proteja Brasil.
Para a diretora-executiva da Childhood Brasil, Ana Maria Drummond, é preciso projetar o esforço dos atores envolvidos pela proteção da infância para outros eventos. “Todos nós estamos tentando chegar em um modelo de intervenção que faça sentido para outros eventos que aconteçam no país.”
A presidente da OAK Foundation, Kathleen Cravero, tem o mesmo entendimento: “precisamos identificar e reduzir os riscos ligados aos megaeventos. Os futuros campeões do Brasil são as crianças”, disse.