Preso confessa ação em assalto que matou garoto de 5 anos, afirma polícia


Investigadores procuram outros suspeitos de envolvimento no crime.

Por G1

A Polícia Civil diz que um homem confessou a participação no assalto que terminou com a morte de um menino de 5 anos nesta sexta-feira (28) em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.  Ele teria informado o nome de outros três suspeitos, entre eles o criminoso que atirou na cabeça do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, informou o SPTV. 
Quatro suspeitos foram detidos pela polícia na noite desta sexta. A Secretaria da Segurança Pública confirmou, na tarde deste sábado (29), que apenas um suspeito de envolvimento no crime segue preso. Não foram divulgadas mais informações sobre o caso. O corpo do menino segue no Instituto Médico-Legal (IML) à espera dos documentos para a liberação.
No começo da noite desta sexta, um grupo de bolivianos protestava em frente ao 49º Distrito Policial, em São Mateus. Um homem levado para a delegacia foi agredido pelos manifestantes. A polícia não confirmou se ele tem participação no caso de Brayan.
Os quatro homens foram detidos em uma comunidade da Zona Leste de São Paulo. De acordo com a polícia, todos têm antecedentes criminais. Os policiais chegaram até eles depois de ouvir os vizinhos. "São moradores e frequentam o bairro, são autores de quatro roubos contra as mesmas vítimas. Possivelmente tenha vazado a informação de que naquele dia essas vitimas tivessem dinheiro em espécie", disse o delegado Antonio Mestre Junior.
A mãe do menino de 5 anos afirmou que o filho pediu aos criminosos para "não morrer". Durante a ação, os assaltantes ameaçavam o menino com uma faca no pescoço e atiraram, segundo os pais, porque a criança chorava e a família não tinha mais dinheiro.
Protesto bolivianos (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo)Bolivianos fazem protesto em frente a delegacia
em SP (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo)
“Não me mate, não mate minha mãe”, foram as últimas palavras da criança antes de ser baleada, relatou nesta manhã ao G1 a mãe, a costureira boliviana Veronica Capcha Mamani, de 24 anos.
Brayan era filho único dela e do marido, Edberto Yanarico Quiuchaca, de 28 anos. A criança chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral de São Mateus, mas chegou morta.
A Polícia Civil investiga o caso e procura a quadrilha, que fugiu com R$ 4,5 mil das vítimas após o crime. Seis criminosos armados com revólveres e facas invadiram o sobrado onde o casal mora e trabalha com costura na Vila Bela durante a madrugada desta sexta. No local moram mais famílias. Cinco dos bandidos usavam máscaras para não serem identificados. O bando rendeu o tio da vítima que chegava com o carro na garagem, por volta da 0h30.
Dois assaltantes carregavam armas e quatro estavam com facas. Alguns criminosos ficaram com o tio no andar térreo do imóvel e os outros subiram para o andar superior da casa, onde renderam os pais de Brayan. De acordo com as vítimas, os bandidos eram brasileiros.
Os pais contaram ter dado R$ 3,5 mil aos assaltantes, mas eles exigiam mais. Em seguida, o tio entregou R$ 1 mil aos bandidos, que não se deram por satisfeitos e passaram a ameaçar matar Brayan com uma faca caso não recebessem mais dinheiro. Veronica relatou que ainda abriu a carteira vazia e mostrou aos bandidos. "Não tinha mais nada", disse ela, que está há seis meses no Brasil, depois de vir com o marido e filho da Bolívia.
A costureira disse ainda que segurou o menino no colo durante o assalto, se ajoelhou e implorou que os criminosos não matessem a criança. Porém, assustado com a situação, o garoto chorava muito, o que irritou os bandidos. Ela relatou que o criminoso gritava para o menino "parar de chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos. Irritado com o choro da criança, um dos criminosos atirou na cabeça do menino, que completaria 6 anos de idade no próximo dia 6 de julho.
"Em seguida, sem nada dizer, friamente o ladrão apontou para a cabeça da criança e disparou contra sua cabeça", informa o resumo do boletim de ocorrência.
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Pais de boliviano morto  (Foto: Kleber Tomaz / G1)Pais de boliviano dizem que pretender voltar para a terra natal (Foto: Kleber Tomaz / G1)

Fonte: G1 (Foto: Reprodução)