Sonho de criança: ansiosos por ver craques, gandulas ensaiam para final

Entre gandulas e carregadores de bandeiras, 26 jovens de 12 a 16 anos trabalharão na partida. Grupo foi orientado a não falar com os jogadores

Por Daniel CollyerRio de Janeiro
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Antes mesmo das seleções de Brasil e Espanha, um outro "time" se encaminha para o Maracanã, onde a partir das 19h será decidida a Copa das Confederações. São os 26 jovens selecionados para trabalhar como gandulas ou carregadores de bandeiras durante a final. Com idade entre 12 e 16 anos, eles deixaram o hotel onde estavam "concentrados" por volta das 11h em direção ao estádio, onde fazem um ensaio para logo mais.
Os 14 escolhidos para trabalhar como gandula são do time "Scouto", de Foz do Iguaçu, que venceu uma competição de futebol promovida por um dos patrocinadores oficiais da Copa das Confederações e que contou com 10 mil participantes. Eles também ganharam o prêmio "Fair Play" de mais comportados no hotel.
gandulas maracanã final brasil x espanha (Foto: Alexandre Durão)Jovens vibram com a chance de trabalhar na final entre Brasil e Espanha (Foto: Alexandre Durão)
Um bom sinal, já que terão de ter disciplina no Maracanã. Antes mesmo de saírem rumo ao estádio eles e os outros 12 jovens que trabalharão carregando bandeiras foram orientados a  não falar com os jogadores.
- Eu nunca tinha vindo para o Rio de Janeiro. A grande motivação é ver os jogadores de perto, mesmo que a gente não possa falar com eles - diz Vitor Tranquiline Tikasui, capitão do "Scouto" e que tem 14 anos.
- Acho que vai ser 2 a 1 para o Brasil. Meus jogadores preferidos são Lucas (Brasil) e Iniesta (Espanha). Acho que tenho um futebol parecido com o Iniesta. Sou volante, mas saio mais para o jogo - conta o garoto Vitor, também do "Scouto".
gandulas maracanã final brasil x espanha (Foto: Alexandre Durão)Selecionados por projeto social, Wendel e Clara apostam em vitória do Brasil (Foto: Alexandre Durão)
Já os 12 carregadores de bandeiras na final foram selecionados por concursos ou convidados a partir de projetos sociais. Wendel Oliveira, de 12 anos, morador de Jardim Gramacho, no Rio, por exemplo, faz parte do projeto do Vik Muniz.
Filho de catadores de papelão, ele curte o momento e aposta em uma vitória apertada da seleção brasileira por 3 a 2. Sua colega, Clara Santos, da mesma idade e cujos pais também já foram catadores, porém, está bem mais confiante.
- Pô, Wendel, 3 a 2, só? É pouquinho. Tem que ser um monte de gol. Vai ser 10 a 5 para o Brasil - sonha a pequena moradora de Santa Cruz da Serra.
Além da rara chance de estar perto de grandes craques do futebol mundial, a garotada ainda terá outros motivos para se divertir no Maracanã. Na sala de concentração, há videogame, filmes de futebol e totó. Para eles, a final já foi ganha.