Folha de S. Paulo
A polícia prendeu um rapaz de 18 anos, suspeito de participar do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha de 5 anos, durante assalto à sua casa na madrugada de ontem, em São Mateus, na zona leste de São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele é o segundo suspeito preso por envolvimento no caso, neste sábado (29). O primeiro era um dos nove que foram detidos ontem para averiguação, dos quais pelo menos cinco foram liberados.
Segundo a polícia, seis assaltantes invadiram a casa quando um tio de Brayan estacionava, chegando de uma entrega de roupas. No imóvel moravam 11 bolivianos (quatro casais de costureiros e três crianças, incluindo Brayan).
Brayan, a mãe e o pai, Edberto Yanarico Quiuchaca de 28 anos, foram levados para a parte de cima do sobrado. Os demais moradores ficaram no térreo, com parte dos ladrões.
A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.
Dos seis criminosos, cinco usavam capuzes. Dois deles portavam revólver e os outros, quatro facas. Eles fugiram após balear a criança.
Segundo a mãe do menino, a costureira Veronica Capcha Mamani de 24 anos, os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, deram um tiro na cabeça do menino, que chorava.
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, classificou o assassinato do menino como um crime hediondo: "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso."
Natural da província de Omasuyos, a família de Brayan chegou ao Brasil há cerca de seis meses. Vieram a convite de um tio da criança para trabalhar como costureiros na casa onde ocorreu o crime.
Segundo Felipe Prado, representante do Consulado Boliviano, a família de Brayan mora legalmente no Brasil e já protocou um pedido de obtenção do RNE (Registro Nacional de Estrangeiro).