Fonte: G1
Menino de 2 anos foi morto durante tentativa de assalto em Contagem. Características do suspeito foram passadas pelo pai.
As duas versões do retrato falado feito pela polícia de Minas Gerais
Foto de Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou nesta terça-feira (25) o retrato falado do suspeito de matar o menino João Pedro Avelar Cotta, de dois anos, durante uma tentativa de assalto no bairro Inconfidentes, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a polícia, todas as características do suspeito foram passadas pelo pai da criança, Sandro Magno Cotta, que estava presente durante o crime e ficou ferido. O delegado que cuida do caso, Antônio Fradico, explicou que não se trata de uma foto do suspeito, e sim de uma imagem construída que se assemelha as características do possível autor.
Ainda segundo o delegado, para facilitar a identificação, foram feitas duas versões. Em uma delas, o suspeito aparece com a cabeça raspada. A polícia pede que qualquer informação sobre o caso ou uma possível identificação do homem seja informada pelo dique-denúncia, no telefone 181.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o suspeito entra na garagem durante a tentativa de assalto que acabou com morte de João Paulo em Contagem, neste sábado (15). O menino foi enterrado neste domingo (16), na mesma cidade.
As imagens mostram João Pedro Avelar Cotta no colo do pai, Sandro Magno Cotta, enquanto ele manobrava os carros com a mulher, na garagem de casa. Quando ele guardava o último veículo, o suspeito entra no local. Depois disso, o criminoso aparece correndo para fora da residência e Cotta, baleado, atrás dele.
Segundo a PM, o pai contou que foi abordado pelo suspeito quando entrava na garagem de casa. Ele teria pedido ao suspeito para tirar a criança antes de entregar a chave do carro e abaixou para pegar o filho. Neste momento, de acordo com a polícia, o suspeito fez três disparos. Um deles acertou a criança.
O corpo da criança de dois anos, baleada em uma tentativa de assalto foi enterrado no fim da tarde deste domingo. Em meio a um clima de revolta, parentes e amigos da família participaram do sepultamento de João Pedro, por volta das 17h no Cemitério Municipal da Glória.
Sandro Magno Cotta, que também foi atingido por disparos, estava internado em um hospital da cidade e foi liberado pela equipe médica somente para acompanhar o funeral. Emocionado e amparado por uma cadeira de rodas, o engenheiro, que vestia roupas das unidade de saúde, pediu justiça.
Ele afirma não querer mal ao homem que matou o filho. "Eu quero é justiça. Que as autoridades, Polícia Militar resolva, encontre essa pessoa e faça justiça, que eu não quero fazer justiça com a minha mão, com as minhas mãos. Eu quero só justiça, mais nada", diz.
Com roupa do hospital, pai acompanhou enterro do filho morto em tentativa de assalto
(Foto: Reprodução/TV Globo)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
"Eu estava na garagem da minha casa, com meu filho. A garagem estava aberta, aí passou um menino, entrou dentro da garagem e pediu a chave do carro. Eu pedi para ele calma. ‘Tenha paciência, fica calmo, eu vou te dar a chave’", relata Cotta.
O pai não acredita que os disparos foram acidentais. "Foi consciente, não foi acidental. E meu filho estava no meu braço esquerdo. Então, meu filho recebeu primeiro a bala e ele serviu como escudo pra mim. E esse escudo me salvou, mas matou ele", afirma emocionado.
O pai não acredita que os disparos foram acidentais. "Foi consciente, não foi acidental. E meu filho estava no meu braço esquerdo. Então, meu filho recebeu primeiro a bala e ele serviu como escudo pra mim. E esse escudo me salvou, mas matou ele", afirma emocionado.
Pai e filho estavam em casa qundo crime aconteceu
(Foto: Reprodução/TV Globo)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
O assaltante fugiu sem levar nada, e Cotta ainda tentou seguí-lo. "Na hora que meu filho tomou o tiro, eu senti que ele morreu na hora, que o tiro foi no coração. E eu tentei, depois que minha mulher pegou ele, eu tentei correr atrás do cara, mas não consegui correr, porque estava sentindo muita dor no braço. Tomei duas balas aqui no peito", conta.
Pai e filho foram socorridos para um hospital da região, mas o garoto não resistiu aos ferimentos.
Pai e filho foram socorridos para um hospital da região, mas o garoto não resistiu aos ferimentos.