COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Folha de S. Paulo
A polícia prendeu um rapaz de 18 anos suspeito de participar do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, durante assalto à casa de sua família na madrugada de sexta (28), em São Mateus, na zona leste de São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele é o segundo preso por suspeita de envolvimento no caso neste sábado (29).
A polícia afirmou que Paulo Ricardo Martins, 19, e Felipe dos Santos Lima, 18, foram reconhecidos por testemunhas. Martins, disse a polícia, confessou participação no assalto, mas alegou o disparo que matou Brayan foi dado por um adolescente. Já Lima afirma ser inocente.
Martins também apontou três outros comparsas, que passaram a ser procurados pelos policiais, mas ainda não foram localizados --a polícia não informou se havia ou não um sexto assaltante, como divulgado na sexta (28).
A Folha não conseguiu contato com defensores dos dois acusados presos.
Segundo a polícia, os assaltantes invadiram a casa quando um tio de Brayan estacionava, chegando de uma entrega de roupas. No imóvel moravam 11 bolivianos (quatro casais de costureiros e três crianças, incluindo Brayan).
Brayan, a mãe e o pai, Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, foram levados para a parte de cima do sobrado. Os demais moradores ficaram no térreo, com parte dos ladrões.
A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.
A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.
Segundo a mãe do menino, a costureira Veronica Capcha Mamani, 24, os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, deram um tiro na cabeça do menino, que chorava.
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, classificou o assassinato do menino como um crime hediondo: "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso."
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, classificou o assassinato do menino como um crime hediondo: "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso."
Natural da província de Omasuyos, a família de Brayan chegou ao Brasil há cerca de seis meses. Vieram a convite de um tio da criança para trabalhar como costureiros na casa onde ocorreu o crime.
Segundo Felipe Prado, representante do Consulado Boliviano, a família de Brayan mora legalmente no Brasil e já protocou um pedido de obtenção do RNE (Registro Nacional de Estrangeiro).