Quatro envolvidos foram liberados no dia 29 de maio do presídio de Santa Maria
Do R7
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incêndio deixou 242 pessoas mortas em Santa MariaFábio Dutra/Correio do Povo
O Ministério Público ingressou na terça-feira (18) com quatro medidas contra a decisão do Tribunal de Justiça que libertou, no dia 29 de maio, os quatro réus denunciados e presos preventivamente pelas mortes ocorridas na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Foram protocolados pelo Ministério Púbico os pedidos de suspensão da ordem de habeas corpus junto à Presidência do Supremo Tribunal Federal.
O órgão também decidiu arquivar o processo de investigação criminal do prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), sobre o incêndio. Com a medida, ele não poderá mais ser processado pelo Tribunal de Justiça.
Os sócios da casa noturna, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandagueira, Marcelo dos Santos e o produtor Luciano Bonilha Leão, deixaram o presídio no dia 29 de maio. O relator, desembargador Manuel José Martinez Lucas, alegou que os réus não apresentam riscos à sociedade e que depois de quatro meses o clamor público teria esfriado. Os outros dois desembargadores acompanharam o voto do relator. Parentes das vítimas acompanharam a audiência e ficaram revoltados com a decisão da Justiça. A mãe de uma jovem morta no incêndio chegou a gritar no momento do pronunciamento.
Eles são acusados de homicídio doloso qualificado e 636 tentativas de homicídio. O incêndio em janeiro deste ano deixou 242 mortos.
Incêndio
O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro.
O fogo começou porque, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se espalharam em poucos minutos.
A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.
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