A delegada Graciela de Lourdes David Ambrósio, titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Franca, abriu inquérito para apurar denúncias contra um pastor evangélico. Ele é suspeito de tentar abusar sexualmente de uma menina de 10 anos. A denúncia foi formalizada ontem pela própria criança, acompanhada da mãe, sapateira de 34 anos. A principal testemunha é a irmã da vítima de 6 anos. Todos são vizinhos no Jardim Tropical, em Franca.
No depoimento que prestou, a mãe da estudante de 10 anos relatou que o pastor (a polícia não revelou de qual igreja evangélica), há pouco tempo, passou a frequentar sua casa. As visitas tornaram-se constantes. “O pastor sempre tinha uma desculpa para ir na minha casa”, lembrou a sapateira. O suspeito, segundo ela, chegou a lhe oferecer uma máquina de lavar roupas. “Nunca entendi porque, mas agora acho que já sei”, acredita a mulher.
No domingo, 16, por volta das 15 horas, o pastor esteve novamente na casa da vizinha. Ele foi atendido pela criança de 6 anos e, ao invés de perguntar pela mãe, queria informações da irmã de 10 anos. O pastor ficou alguns minutos conversando com ela e depois entrou. Ao se deparar com a sapateira, ele teria se assustado e então perguntado sobre o pai das crianças. “Ele sabia que meu marido está preso e só vai voltar para casa em agosto. Achei aquilo estranho”, disse a mãe em depoimento.
Após a saída do pastor, a mulher perguntou para a “pequena” (forma como se refere à filha de 6 anos) sobre o que eles tinham conversado do lado de fora. A criança disse que o pastor queria “namorar” sua irmã. A filha de 10 anos, então, revelou que estaria sendo assediada pelo suspeito.
Durante conversa com a mãe e, depois, no relato prestado na DDM, a menina disse que em certa ocasião, o pastor teria dito que tinha “vontade de enfiar nela”. Dias antes, ele lhe ofereceu uma calopsita, desde que ela “namorasse” ele. Em outra ocasião, ainda de acordo com a estudante, o suspeito lhe mostrou e ofereceu R$ 150, mas ela recusou. Ele ainda teria tentado passar as mãos em suas pernas, mas disse ter se afastado.
“A vontade dele de praticar o crime está inequívoca. Os atos, como tentar presentear a criança, ir na casa dela sabendo que a mãe não está, falar palavras obscenas, deixam claro suas intenções”, destacou a delegada Graciela. Ela adiantou que o suspeito poderá responder por tentativa de estupro. “Por ser uma criança, a violência presumida está caracterizada”.
No boletim de ocorrência registrado pela família consta apenas o primeiro nome do suspeito e seu endereço residencial. Ontem, ele não foi localizado para falar sobre a denúncia. Sua intimação deve ser entregue hoje para que compareça na DDM no início da próxima semana.
Notícias relacionadas