DA FRANCE PRESSE, EM CLEVELAND
O homem suspeito do sequestro de três mulheres em Cleveland, nos EUA, se declarou inocente das acusações de estupro, sequestro e homicídio, em audiência no tribunal da cidade.
Segundo a polícia, o ex-motorista de ônibus Ariel Castro, 52, sequestrou Michelle Knight, 32, Georgina DeJesus, 23, e Amanda Berry, 27, entre 2002 e 2004. Ele ainda é pai de uma menina de seis anos que é filha de Berry.
O sequestro foi descoberto em 6 de maio, quando Berry saiu da casa onde elas eram mantidas em cativeiro e ligou para a polícia. O caso causou comoção nos Estados Unidos.
Na semana passada, a Justiça emitiu as acusações de 329 crimes contra o agressor, entre eles sequestro, estupro e homicídio qualificado por provocar um aborto em uma das reféns.
Castro pode enfrentar a pena de morte se for considerado culpado de homicídio qualificado. O promotor Timohthy McGinty já anunciou sua intenção de pedir a condenação máxima.
Os advogados do acusado, no entanto, questionam a existência de provas médicas suficientes para demonstrar que seu cliente é culpado de ter colocado fim à força a estes episódios de gravidez.
"Esperamos poder chegar a um acordo para não ter um julgamento desnecessário de homicídio qualificado e pena de morte", disse nesta quarta-feira a jornalistas o advogado de defesa, Craig Weintraub.
A maioria dos estados dos Estados Unidos têm leis de homicídio fetal, que permitem castigar os que ferem mulheres grávidas, ao mesmo tempo em que garantem o direito de a mulher realizar um aborto legal.
PARTO EM PISCINA
A revelação da situação vivida pelas três jovens sequestradas entre 2002 e 2004 chocou os Estados Unidos. A acusação ditada na semana passada, que só cobre os primeiros cinco anos de cativeiro das mulheres, apresenta relatos estarrecedores.
Knight, sequestrada no dia 23 de agosto de 2002 aos 20 anos, viveu acorrentada no porão, onde disse ter sido estuprada e espancada repetidamente. Ficou grávida pelo menos quatro vezes.
Berry tentou escapar da noite em que foi sequestrada, no dia 21 de abril de 2003 aos 16 anos, mas foi impedida e depois estuprada. Castro amarrou suas pernas e a boca com fita adesiva, a acorrentou no porão e colocou um capacete em sua cabeça. Em algum momento daquela noite também amarrou uma corda ao redor de seu pescoço.
DeJesus, sequestrada no dia 2 de abril de 2004 aos 14 anos, também foi acorrentada, amarrada com fita adesiva no porão, espancada e agredida sexualmente na noite em que foi sequestrada. Mas Castro levou mais de um mês para forçar a menor a ter relações sexuais com ele.
Um relatório da polícia revelou detalhes como o parto de Berry em uma piscina inflável no dia 25 de dezembro de 2006, ajudada por Knight, que, ameaçada de morte por Castro, salvou a recém-nascida realizando respiração boca a boca.
Também disse que Castro fez Knight abortar fazendo-a passar fome e depois espancando-a por diversas vezes na barriga.
As mulheres disseram que permaneceram acorrentadas no porão durante seus primeiros anos de cativeiro, mas que depois receberam permissão para viver no segundo andar da casa, sem correntes, mas reclusas.
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