Válter Machado
Presidente João Emanuel:
O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel, PSD, juntamente com o vereador Arilson da Silva, PT, recebeu hoje (29-05) em seu gabinete, às 14 horas, o diretor-executivo da Contraf - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Ademir Wiederkehr. Na oportunidade, discutiu-se o tema segurança bancária e a aplicação efetiva da Lei das Filas, de autoria de Emanuel, que objetiva garantir o máximo de 20 minutos de permanência para os clientes. John Morgan, diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, também participou da reunião, representando José Guerra, presidente.
Ademir Wiederkehr parabenizou o Legislativo de Cuiabá pela iniciativa da concepção do projeto de lei, dispositivo que obriga as agências a dinamizarem o atendimento à clientela no tempo estipulado, sob pena de incorrer em penalidades legais. Também repassou às mãos do presidente João Emanuel os dados levantados na 4ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos 2012, fontes originárias da imprensa, SSP e sindicatos. A pesquisa foi realizada com apoio técnico do Dieese - Subseção Contraf-CUT. Os dados não contabilizam os ataques sofridos pelas agências de MT em 2013 (oito a caixas eletrônicos e 13 em agências). O Estado continua a ocupar a 5ª posição no ranking nacional, em ocorrências do tipo.
"Os registros das ações criminosas na área bancária realmente impressionam. Mesmo porque aumentaram muito, de um ano pra cá. Em 2011, por exemplo, foram 1.612 em todo o País, 91 apenas em Mato Grosso. Já em 2012, apesar de continuarmos em 5º lugar, registrou-se um total de 185 ataques no Estado, com um total de 2.530 em todo o território brasileiro, entre arrombamentos a caixas eletrônicos, saidinhas e assaltos às agências".
O diretor-executivo da Contraf defende a obrigatoriedade de todos os estabelecimentos bancários instalarem portas de segurança, câmeras externa/interna, vidros blindados nas fachadas e biombos, divisórias que irão assegurar maior segurança aos funcionários e clientes. "Infelizmente, os bancos não estão dando valor à vida humana, ao seu maior patrimônio - a vida dos clientes e dos funcionários. O interessante é que não têm nada para se queixar, em termos de lucratividade, que já chegou à casa dos R$ 50 bilhões. Têm, portanto, a obrigação de oferecer uma contrapartida de segurança e conforto à sua clientela. Isto inclui aumentar o efetivo de funcionários".
João Emanuel agradeceu a visita de Ademir Wiederkehr e do diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, John Gordon. Frisou que o Legislativo, na sua pessoa e do vereador Arilson da Silva (ex-dirigente da entidade), juntamente com os demais membros do Parlamento Municipal, estão atentos em relação à segurança no setor e ao desrespeito que os clientes sofrem. Anunciou que irá desencadear uma maratona fiscalizadora nos bancos sobre a questão do tempo nas filas, dentro de alguns dias. Trata-se de um agravante à segurança já debilitada pela ausência de outros dispositivos que poderiam minimizar ocorrências criminosas, alertou.
"É preciso que a Lei das Filas seja acatada de imediato, pois as queixas têm se avolumado. Iremos nas agências para saber se alguma delas tem cumprido a lei. O povo já não suporta aguardar, em pé, mais de uma hora nas filas para ser atendido, após retirar sua senha. Isso, quando existe senha. A maioria das agências sequer dispõe de sanitários para seus clientes. Por vezes, nem bebedouros estão disponíveis aos clientes. Em resumo, abusam muito dos clientes, de quem contribui diretamente para seus lucros bilionários". Emanuel ainda frisou que quer contar com apoio integral da Contraf e do Sindicato dos Bancários para que essa bandeira do Parlamento de Cuiabá seja vitoriosa. "Se for preciso, iremos a Brasília".
ARILSON DA SILVA - O parlamentar petista exibiu projeto de lei que exige dos bancos a instalação de biombos e outros itens de segurança, sob pena de serem penalizados e até interditados. "Meu projeto visa garantir que nenhuma instituição trabalhe sem segurança. O biombo, por si só, representa a garantia do sigilo para o trabalhador e clientela bancária. Ademais, dificulta a operacionalização de um dos golpes mais comuns nesse segmento, o da saidinha de banco. Sabe-se que as próprias quadrilhas estão em constante aperfeiçoamento das técnicas utilizadas. Portanto, é preciso que a legislação caminhe no mesmo ritmo, a fim de que os índices de violência sejam reduzidos".
João Carlos Queiroz Secom/Câmara