Relatório inocenta ex-chefe da SAD e aponta só 4 culpados por rombo de R$ 21 mi


Da Redação
Elaborado pelo deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar fraudes no MT Saúde foi considerado frustrante mesmo contando com 531 páginas. Apesar do rombo de R$ 21 milhões detectados pelo Tribunal de Contas do Estado, o parlamentar amenizou para o principal suspeito de comandar de forma orquestrada as fraudes, que seria o ex-secretário estadual de Administração e atual diretor do MT-PAR, César Zilio - foto.
Amigos e filiados ao Partido da República, Emanuel isentou César Zilio de qualquer responsabilidade na quase falência do plano dos servidores públicos estaduais, bem como o ex-presidente Yuri Bastos Jorge. Em contrapartida, o relator da CPI atribuiu ao ex-presidente do MT Saúde, Ésio Smorcinski, e aos donos Saúde Samaritano - Marcelo Marques dos Santos, João Enoque Caldeira da Silva e Washington Luiz Martins da Cruz - e da Open - Antônio Carlos Barbosa - como os responsáveis pela falência do sistema.
Entidades que acompanharam a divulgação do relatório na manhã de hoje condenaram o relatório de Emanuel Pinheiro. Segundo representantes do Forúm Sindical de Mato Grosso, o relatório não trouxe novidades e não apontou os verdadeiros responsáveis pelos problemas do MT Saúde. A deputada Luciane Bezerra (PSB) anunciou que vai fazer um relatório do MT Saúde. “Vou analisar o relatório.Isso não pode ficar assim”, garantiu a deputada.
A CPI foi criada em novembro do ano passado para apurar a situação administrativa, financeira e contábil do plano de saúde. Durante as oitivas foram ouvidos servidores, sindicalistas, empresários e ex-gestores.
A Comissão é composta pelos deputados Walter Rabello (PSD), Emanuel Pinheiro (PR), Luciane Bezerra (PSB), Antonio Azambuja (PP) e Baiano Filho (PMDB). O MT Saúde foi criado em 2003, na gestão do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR).
O plano chegou, no auge, a atender cerca de 55 mil pessoas. No início de 2011, apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre possível inconstitucionalidade da remessa de recursos ao sistema deram início ao desmantelamento da estrutura no Estado.