Quinta D'or demite mas não denuncia técnico por estupro


Hospital diz que funcionário foi demitido por "quebra de protocolo"

O Hospital Quinta D'or não denunciou o técnico em enfermagem Brivaldo Xavier à polícia por ter estuprado pelo menos duas pacientes dentro da Unidade de Terapia Intensiva. Ao invés disso, o hospital enviou um representante jurídico  no momento em que o advogado de uma vítima de 36 anos fez a denúncia na 17ª DP, em São Cristóvão. A denúncia foi registrada no dia 13 de maio de 2013. O hospital não informou os motivos de não ter denunciado Brivaldo à Polícia.
Nesta segunda-feira, o técnico em enfermagem teve a sua prisão preventiva decretada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. O primeiro pedido de prisão foi negado pelo Ministério Público, por "falta de provas".
Segundo a assessoria de imprensa da rede D'or, o Hospital só soube do crime no momento em que o advogado da vítima foi até o Quinta D'or avisar que iria à 17ª DP. O Hospital alega que Xavier foi suspenso imediatamente, e demitido por justa causa após sindicância interna realizada no dia 14 de maio. Como já havia passado o horário do expediente, a demissão foi registrada oficialmente no dia 15 de maio, pela manhã.  
O motivo foi quebra de protocolo: O técnico desrespeitou a norma que atesta que os banhos nos pacientes devem ser dados por dois enfermeiros, e não apenas um.
Para evitar que um crime semelhante ocorra no futuro, o Quinta D'or, em nota, diz que "O hospital segue rigorosas normas de segurança e os protocolos do hospital exigem claramente que dois profissionais realizem o procedimento de higiene dos pacientes. O hospital conta com câmeras de segurança e as imagens estão sendo utilizadas para elucidação do caso. O hospital toma e tomará todas as providências cabíveis caso qualquer profissional não cumpra com os procedimentos e protocolos da instituição".
Um dos abusos teria ocorrido na madrugada do dia 11 de maio. Pelas imagens das câmeras, o técnico entra no quarto da vítima pelo menos 20 vezes, mesmo com aquela área não sendo de sua responsabilidade. Em depoimento na delegacia, o técnico afirmou que "um monitor estava apitando". Já a idosa de 66 anos alega ter sido abusada pelo menos duas vezes, a primeira delas em fevereiro.