Prefeito ameaça processar vereadores que fizerem denúncias "infundadas"


Da Redação
Apesar de ser minoria na Câmara de Cuiabá, a bancada de oposição à administração do prefeito Mauro Mendes (PSB) tem se destacado nas críticas ao gestor. As últimas semanas foram marcadas pela apresentação de uma série de denúncias e os parlamentares da base começam a demonstrar dificuldade em defender o Executivo.
Na sessão de ontem (13) pelo menos seis vereadores subiram à tribuna para rebater as críticas à administração municipal. Até os que pouco fazem uso da palavra, como Juca do Guaraná (PTdoB) e Lilo Pinheiro (PRP), tentaram contrapor as ponderações de Alan Kardec (PT), Ricardo Saad (PSDB), Toninho de Souza (PSD) e Onofre Junior (PSB), que têm mostrado um posicionamento mais contundente em relação ao Executivo.
Desde a semana passada, as denúncias giram em torno do processo licitatório para locação de maquinário. Os vereadores requisitaram informações da prefeitura sobre a lisura do processo e reclamam da falta de esclarecimento.
Semanas antes, ganharam destaque na tribuna denúncias de acúmulo de cargo, nepotismo por afinidade, entre outras. “Se alguém me mostrar algum dado concreto de irregularidade na licitação, serei o primeiro a cancelar o processo. Em cima de conversa fiada, de politicagem de pessoas mal intencionadas, não vou debater”, ressaltou Mendes.
Ele ainda ressalta que tomará as medidas legais para acionar judicialmente aqueles que fazem denúncias infundadas. “Se existe meia dúzia de pessoas querendo criar factóides, mentindo, como foi o caso de dizer que uma das empresas não funciona no endereço informado, foi uma mentira deslavada e nós estamos, inclusive, acionando quem está agindo de má fé contra a nossa administração”.
Sobre o fato da oposição estar se destacando em relação à sua base na Câmara, o prefeito argumenta que os vereadores estão cumprindo seu papel. “Oposição serve para isso mesmo, para criticar, para inventar. Se eles acham que é isso que a população espera deles, certamente, daqui quatro anos vão ser submetidos a julgamento popular como qualquer um que está na vida pública”, disse.
No início da legislatura, a oposição chegou a ser maioria na Câmara, quando ocorreram os enfrentamentos acerca do IPTU e do aumento do salário do prefeito. Passada a polêmica, em menos de 100 dias de gestão, o Executivo já contabilizava o apoio de 18 parlamentares.