Polícia investiga 2ª denúncia de abuso sexual em hospital na zona norte do Rio

do UOL

Carolina Farias
Do UOL, no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma segunda denúncia de abuso sexual praticado supostamente por um técnico de enfermagem que trabalhava no hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na zona norte da capital. Uma ex-paciente da unidade, de 66 anos, diz ter sido molestada em fevereiro deste ano, durante um tratamento de câncer.
O técnico é alvo de inquérito na 17ª DP (São Cristóvão) pelo mesmo crime, que teria sido praticado no dia 9 de maio, quando uma paciente denunciou o abuso sexual durante o banho. Ela havia feito uma hepatectomia (retirada de parte do fígado).
De acordo com a chefia de investigação da delegacia, a nova vítima procurou o distrito na última segunda-feira (3), após ver as notícias sobre o abuso de maio. Ela disse que, na época, informou ao hospital sobre o caso. Segundo a denúncia, ele entrou o CTI (Central de Terapia Intensiva) e teria se esfregado na idosa.
Nesta terça-feira (4), a equipe da 17ª DP deve chamar os funcionários do hospital que trabalharam nos dias em que a idosa foi internada e também vai pedir à administração da Quinta D'Or as imagens das câmeras da ala onde ela estava instalada.
Por meio de nota, o hospital informou que não há qualquer registro na instituição de denúncia ou reclamação anterior ao dia 13 de maio, quando a primeira vítima denunciou o abuso. O hospital informou que está apurando todas as informações relacionadas ao caso e colabora com a investigação da polícia.

Pedido de prisão

Na segunda-feira, a delegacia encaminhou ao Ministério Público o pedido de prisão do técnico de enfermagem para a primeira suspeita de abuso. O pedido foi feito após os policiais analisarem as imagens da câmera de segurança instalada no corredor do hospital.
O vídeo mostra toda a movimentação do suspeito, que em 12 horas entrou 20 vezes no leito da paciente. A Promotoria informou que analisa o pedido e até quinta-feira (6) vai se pronunciar sobre o pedido de prisão.
De acordo com nota do hospital, o funcionário logo afastado para que a unidade investigasse a denúncia. No entanto, durante a investigação interna, foi constatado que houve "quebra de protocolo de atendimento do hospital, que exige que dois profissionais realizem o procedimento de higiene dos pacientes". 
O resultado da investigação interna resultou na demissão por justa causa do técnico. De acordo com a nota, o hospital deu suporte necessário à paciente e aos seus familiares, além de colaborar com a investigação da polícia.