Para combater trabalho infantil é preciso orçamento público, afirmam entidades

Ontem foi lembrado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Problema atinge crianças e adolescentes da cidade e deve ser encarado pelo poder público

Diário de GuarapuavaScheyla Horst
Foto Ilustrativa (Foto: Scheyla Horst/ Diário de Guarapuava)
É difícil divulgar um número que reflita a realidade sobre o trabalho infantil na região de Guarapuava. Qualquer dado será inverídico, pois incontáveis situações ocorrem sem denúncia, quando a sociedade fecha os olhos e compactua. Todavia, tanto o Ministério Público do Trabalho quanto o Conselho Tutelar de Guarapuava reforçam: o problema existe e precisa ser combatido com orçamento e políticas públicas.
“De um lado a gente se envergonha e de outro sentimos que ainda não há consciência por parte das pessoas da fase de desenvolvimento peculiar que as crianças e os adolescentes vivem”, pondera a presidente do CT (Conselho Tutelar) de Guarapuava, Adriana Fátima de Campos.
Por meio de nota oficial, a Procuradoria do Trabalho no Município de Guarapuava informou que passou a acompanhar 37 novos casos na sua região de abrangência – que envolve 38 municípios próximos – entre julho de 2012 e o início deste mês. “Verifica-se a exploração do trabalho infantojuvenil principalmente em três grandes áreas: na área rural, nas culturas do fumo e da erva-mate, e na exploração sexual comercial”, ressalta o documento.
Segundo Adriana, o mais comum em Guarapuava são denúncias em plantações de batata e de tomate, principalmente nos arredores do distrito de Entre Rios. Com apenas cinco conselheiros tutelares para uma grande área de atuação, fica difícil fiscalizar de perto todos os distritos. “Na área urbana recebemos frequentemente casos de panfletagem, oficinas mecânicas e exploração sexual”.