PALESTRA NO JARDIM ARAÇÁ ABORDA AS FORMAS DE IDENTIFICAR O ABUSO SEXUAL

 
No dia 23 de maio de 2013, na escola Tancredo de Almeida Neves, localizada no bairro Jardim Araçá, em Cuiabá/MT, foi ministrada pela Promotora de Justiça Lindinalva Rodrigues Dalla Costa, a palestra com o tema “Exploração Sexual Infanto Juvenil”.
 
A Palestrante iniciou a abordagem questionando o público acerca do que é o abuso sexual, explicando seu conceito, o local de sua ocorrência (âmbito extra/intra familiar), o comportamento dos abusadores sexuais eventuais e dos pedófilos , bem como os sintomas de sua psicopatia.
 
A Promotora de Justiça discorreu sobre os sinais de alerta dados pelas vítimas , informando quando os adultos podem aferir se uma criança pode estar sendo vítima de abuso sexual, tais como: através de seus desenhos, alterações comportamentais representadas por agressividade , o medo de alguns cômodos específicos da casa, o desconforto da criança na presença de determinados adultos, o baixo rendimento escolar e problemas ligados a alimentação, destacando os sintomas de natureza comportamentais (automutilação, regressão escolar e de linguagem – comportamento voltado à infância), psicológicos (sentimento de culpa, medo ), interpessoais (erotização precoce, hostilidade, isolamento, confusão de papéis – crianças pseudo adultas) e físicos (inflamações genitais e doenças sexualmente transmissíveis).
 
Durante a abordagem , Lindinalva falou dos métodos contraceptivos de emergência e da profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis a que devem ser submetidas as vítimas logo após sofrer o abuso, informando que elas devem ser encaminhadas da delegacia ao hospital para realização dos exames, ingestão de pílula do dia seguinte e até mesmo a prática do aborto legal nos casos permitidos.
 
Foram apresentados dados estatísticos acerca da incidência do abuso sexual e da pedofilia de um modo geral e revelados os efeitos físicos e psicológicos arrebatadores que esse abuso acarreta nas crianças e adolescentes.
 
Falou-se sobre a característica sedutora e gentil dos abusadores, que agem de forma a fazer que a vítima se sinta cúmplice da conduta, muitas vezes com ameaças, outras com a entrega de presentes e dinheiro, podendo em alguns casos levá-las a cometer digressões como utilização de álcool ou drogas, e até mesmo levando-as a recrutar outras crianças e adolescentes para serem abusadas pelo agressor.
 
A promotora ressaltou o importante papel dos educadores na identificação e denúncia deste tipo de crime, pois sendo um crime que ocorre na clandestinidade, que via de regra é cometido por parentes ou conhecidos das vítimas, gera resistência por parte dos pais em trazê-lo ao conhecimento público, o que leva a sua prática contínua, por grande período, prolongando o sofrimento das vítimas, ressaltando os maiores entraves neste tipo de crime, que seriam a demora na conclusão do inquérito policial, a omissão dos familiares em denúnciar e a falta de comprometimento das pessoas que não querem ser testemunhas quando tem o conhecimento da existência de tais casos.
 
Lindinalva falou ainda sobre os perigos do uso indevido da internet, advertindo a comunidade que o mau uso desse instrumento virtual, aliado a ausência de fiscalização por parte de seus genitores, acabam tornando as crianças e adolescentes mais vulneráreis a ação de pedófilos e pessoas mal intencionadas e perigosas .
Interagidas com o assunto, a comunidade participou ativamente da palestra, concluindo pela necessidade de dar um basta à violência sexual infanto juvenil, bem como pela importância dos pais ouvirem seus filhos e conquistar a confiança dos mesmos, para que se houver eventual ocorrência dessa prática, a sua descoberta possa ser mais fácil e a resolução mais rápida.