Vigias disseram à PM que menino estava depredando a guarita do campus.
Atingido no tórax, menino teve costela quebrada e pulmão perfurado.
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O pai de Victor de Paula, menino de 11 anos que baleado por vigilantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), diz que a criança não depredou o local, nem jogou pedras ou garrafas na unidade que fica no campus Bela Vista, em Cuiabá. O menino, o irmão dele, de 13 anos, e outra criança de 11 passavam por um terreno baldio ao lado do IFMT, quando os vigias do instituto dispararam contra eles, na noite desta segunda-feira (17). Ao contrário do que foi divulgado pela polícia, o menino tem 11 anos e não 9, informado inicialmente.
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Ao G1, Erley Pereira, pai de Victor, conta que os dois filhos tinham saído da escola na região da Morada do Ouro e voltavam a pé para casa, que fica no Bairro Bela Vista. Uma amiga da família acompanhava as três crianças no trajeto. “De maneira alguma as crianças fizeram algo. Eles estavam brincando chutando uma garrafa e passaram nesse terreno. Do nada eles [os vigilantes] atiraram”, contou Erley ao G1.
Para a Polícia Militar, os vigias disseram que só atiraram porque um grupo de pessoas, entre elas, crianças, estava 'depredando a garita do instituto com pedras e garrafas'. No Boletim da PM que relata a ocorrência, os suspeitos também informaram que, primeiramente, fizeram um disparo intencional para cima, no intuito de dispersar o grupo. No entanto, segundo o documento, eles declararam que 'não sabem como o menino foi atingido pelo disparo'. Apenas a criança foi atingida.
“A mulher [que acompanhava as crianças] gritou: 'pelo amor de Deus, tem criança aqui! Quando ela olhou para trás meu filho estava caído no chão. Se não fosse ela ter gritado, o abençoado tinha matado meu filho”, completou Erley.
Victor levou um tiro na altura do tórax e foi encaminhado para o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). Conforme o pai da criança, o estado de saúde do filho nesta terça-feira (18) é estável. Segundo os familiares, o tiro quebrou uma costela do menino, atingiu o pulmão e pegou de raspão um rim, perfurando o corpo do menino. Victor continua internado e sedado na unidade de saúde.
Os dois vigias, de 22 e 28 anos, foram presos em flagrante e encaminhados ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Bairro Planalto. Segundo a assessoria do IFMT, os eles são terceirizados no instituto. Um deles, inclusive, começou a trabalhar no local nesta segunda-feira.
O IFMT deve se pronunciar em uma coletiva nesta terça-feira, onde a direção vai decidir o que será feito em relação à empresa que presta segurança ao instituto.
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