PAC PAVIMENTAÇÃO Convênio será pago na próxima gestão

Ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo rebate críticas de seu sucessor, Mauro Mendes, e diz que ele também deixará dívidas ao término do mandato


Chico Galindo sustenta ter deixado a prefeitura “enxuta” e apta a contrair mais financiamentos
KAMILA ARRUDA
Da Reportagem

Após ser criticado por conta da situação financeira em que deixou a prefeitura de Cuiabá, o ex-prefeito Chico Galindo (PTB) enfatiza que a atual gestão também deixará dívidas para o próximo prefeito. O petebista afirma que este é um processo natural na administração pública, em especial quando se é necessário firmar convênios com o governo federal para viabilizar medidas.

“Este débito de R$ 1 bilhão é real. Ele existe, mas não são dívidas que eu contraí. Deixei a prefeitura enxuta. Tanto é que ela está com capacidade de endividamento para firmar convênios. O (prefeito) Mauro (Mendes) agora está aumentando este passivo com o convênio de R$ 144 milhões para fazer asfalto. O financiamento tem dois anos de carência para começar a pagar, então, quem vai pagar esta dívida? É o próximo gestor. Isso é natural”, explica.

As declarações se referem ao contrato de execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 - Pavimentação. Com ele, o Palácio Alencastro contrairá uma dívida de R$ 150,5 milhões junto à Caixa Econômica Federal para pavimentar oito bairros carentes de Cuiabá e ainda terá que desembolsar R$ 7,5 milhões como contrapartida.

“Não estou criticando o financiamento. Pelo contrário, até porque fui eu que lutei por ele. Fui eu que encaminhei o pleito para o Ministério (das Cidades). Só estou dizendo que é normal este tipo de débito passar de uma gestão para a outra”, pontua Galindo.

Serão 125 km de asfalto. O financiamento vai obedecer às regras do PAC, que utiliza o FGTS, com juros mais baixos, e oferece 20 anos para pagar. Também estão previstas a drenagem e acessibilidade das vias.

Para realização desta e de outras obras de pavimentação, Mendes afirma que foi necessário investir R$ 8,5 milhões na locação de caminhões, mesmo com a secretaria de Obras já possuindo uma estrutura de 67 máquinas semelhantes.

“Serão cerca e 1,4 mil km de patrolamento e cascalhamento em vias rurais e urbanas que não possuem asfalto. Também vamos fazer 200 km de asfalto novo e 250 km de revitalização. Os equipamentos que já possuímos não seriam suficientes para atender tudo”, diz o secretário de Governo Fábio Garcia, em referência à locação dos veículos.

Os caminhões próprios da prefeitura foram adquiridos em 2011, durante a gestão de Galindo. Na época, o petebista desembolsou cerca de R$ 13,5 milhões para comprar 40 caminhões basculantes, cinco caminhões-pipa, um caminhão lubrificador, quatro caminhões tipo 3/4, oito pás-carregadeiras, duas retroescavadeiras e seis motoniveladoras.

Hoje, no entanto, os equipamentos estão parados no pátio da secretaria, no bairro Dom Aquino, por falta de manutenção. “Achei estranho esta atitude do prefeito, mas é normal. Ele quer ampliar estes programas de pavimentação porque a receita aumenta, então está mais que certo, desde que também utilize as máquinas que eu deixei. Até porque não teria sentindo locar caminhões e deixar os seus parados no pátio”, comenta Galindo.