O POVO NAS RUAS Mais manifestações marcadas para Cuiabá e VG nesta sexta-feira

Welington Sabino, repórter do GD
As manifestações populares que ganharam as ruas de Cuiabá a exemplo de dezenas de outras capitais brasileiras, já tem surtido efeitos na prática, como aprovação de leis pela Câmara Municipal promovendo melhorias no transporte público da Capital e no passe livre estudantil, mas as mobilizações continuam, uma vez que a pauta é ampla e entre elas está a reclamação com o descaso da saúde pública no Estado. E, por este motivo, as ruas de Cuiabá e de Várzea Grande serão palcos novamente de caminhadas e protestos nesta sexta-feira (28). O primeiro protesto do dia está marcado para às 7h na região central de Várzea Grande.
Reprodução
Redes sociais como o Facebook continuam sendo as ferramentas essenciais para o diálogo e contato entre a maioria dos jovens que vêm participando dos atos que acontecem nas 2 maiores cidades mato-grossenses. Em relação à Capital, a página criada para o 3º Ato Cuiabá contra a Corrupção e Violência concentra diversas informações e enquetes para os participantes votarem e decidirem sobre trajetos. Traz ainda dicas de como se comportar durante a passeata e orienta os ativistas a não promoverem baderna ou vandalismo para assim o movimento não ficar enfraquecido ou não ser mal visto pela sociedade.
Pela mobilização de ativistas, via Facebook, percebe-se que a cobrança por passe livre em 100% é uma das reivindicações dos varzea-grandenses que pretendem sair de casa logo cedo para chamar atenção do Executivo municipal que até o momento permanece calado sem emitir qualquer posicionamento e muito menos promover melhorias nos setores mais reclamados. A concentração está marcada para ocorrer na calçada da Escola Estadual Pedro Gardés, em frente à igreja católica Nossa Senhora do Carmo, localizada na Avenida Filinto Muller, e considerada como um dos cartões postais da cidade. Um dos líderes do movimento, ressaltou que “é importante manter a mobilização de todos os segmentos da comunidade várzea-grandense, que somente agora tem sua voz ouvida pelos poderes constituídos”.
Otmar de Oliveira
Protesto realizado em Várzea Grande
Já em Cuiabá, o trajeto do novo ato marcado para começar às 17h30, por exemplo, foi definido pela maioria, um total de 744 pessoas que havia votado até às 19h desta quinta-feira (27). Assim, ficou definido que o ponto de concentração e saída será novamente a Praça Alencastro, em frente à prefeitura de Cuiabá, seguindo pela Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA), passando pela Assembléia Legislativa do Estado até chegar ao Hospital Central, obra abandonada há 28 anos que será um dos alvos do manifesto. Depois, a passeata segue rumo à Praça das Bandeiras.
Um dos organizadores dos manifestos, Caiubi Kuhn, ressalta que a pauta é extensa e o movimento permanece forte. Ele explica que os principais temas que serão questionados nesta sexta-feira são os problemas na saúde pública de Mato Grosso e na educação. “O governo do Estado ainda não disse nada e não tomou qualquer atitude para atender nossa pauta. No cenário federal já vimos resultados como a rejeição da PEC 37 e votação no Senado Federal do projeto que torna a corrupção como crime hediondo. Aqui no município os vereadores aprovaram leis para melhorar o passe livre. Mas o governo de Mato Grosso o que fez?” questiona o jovem que é pós-graduando na UFMT e ativista de diversas causas sociais.
Chico Ferreira
Protesto que levou 50 mil pessoas às ruas de Cuiabá no dia 20 de junho
Ele cita que na pasta da Saúde, a obra do Hospital Central abandonada há quase 30 anos, a perda de medicamentos de alto custo ocorrida recentemente que resultou em prejuízos milionários aos cofres e principalmente à população que procura e não encontra os remédios, tratamentos e leitos de UTIs em unidades públicas. Na educação, reforça que é preciso mais investimento, nas escolas, valorização dos profissionais. Mas na prática, conta que tem ocorrido o inverso. “O governo vem a cada ano reduzindo os recursos para a Fapemat, para a educação. A Unemat está repleta de problemas, que são em boa parte oriundos da falta de investimentos”, diz Caiubi.
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