Argumento é de que Brivaldo Xavier não fez mais do que ajustar equipamento no leito da paciente
A mãe e uma tia do técnico em enfermagem Brivaldo Xavier, suspeito de estuprar pelo menos duas pacientes no CTI (centro de tratamento intensivo) do hospital Quinta D’or, na zona oeste do Rio, estiveram no Balanço Geral e defenderam o parente, que está preso desde o dia 6 de junho (assista ao vídeo abaixo).
Márcia Dias, tia do técnico, alegou que funcionários do hospital têm sido impedidos de dar entrevistas defendendo Brivaldo sob ameaças de demissão. A mulher argumentou ainda que o sobrinho só foi diversas vezes ao leito de uma das supostas vítimas porque o equipamento de medição cardíaca dela apresentava defeitos.
Câmeras de segurança registraram as diversas entradas de Brivaldo no espaço onde estava a paciente, quase sempre com as luzes apagadas e as cortinas fechadas. A mulher de 36 anos estaria sob efeito de remédios após ter sido operada.
Em uma das ocasiões, o técnico permaneceu mais de 20 minutos no local, o que reforçou a convicção da polícia sobre os abusos sexuais. Quanto a isso, a tia afirmou que ele estava dormindo em uma cadeira ao lado do leito, a fim de descansar após dois dias seguidos de trabalho.
A mãe do suspeito, Dolores Xavier, diz que a família não teve mais tranquilidade após as denúncias. Na última vez em que entrou em contato com o filho, por telefone, Dolores ouviu o choro de Brivaldo e o pedido para que os advogados tirassem logo ele da cadeia.
Denúncia do MP
O Ministério Público apresentou uma denúncia à Justiça contra o homem pelo crime de estupro de vulnerável. A ação é relativa apenas ao primeiro caso de abuso sexual pelo qual Brivaldo foi investigado, que teve como vítima uma mulher de 36 anos.
De acordo com o argumento do MP, Brivaldo fez "carícias íntimas em uma paciente que se recuperava de uma cirurgia e que, por isso, não poderia oferecer resistência". A pena pode chegar a 15 anos de prisão. Os investigadores apuram se outras pacientes foram atacadas pelo suspeito.
Nova queixa
Uma idosa de 66 anos procurou a Delegacia de São Cristóvão (17ª DP) na tarde do dia 3 de junho depois de reconhecer Brivaldo Xavier pela TV, em reportagem em que ele foi mostrado como suspeito de estuprar uma paciente. A idosa alegou que foi vítima do crime duas vezes.
Segundo a denúncia, o primeiro episódio teria ocorrido em fevereiro, quando a idosa esteve internada para o tratamento de um câncer. Em outra ocasião, ela teria sido abusada quando voltou à unidade para passar por uma cirurgia.
Começo das investigações
As investigações começaram quando uma mulher de 36 anos procurou a polícia para prestar queixa. O delegado indiciou o técnico por estupro de vulnerável. O que mais chamou a atenção dos investigadores foi o fato de que a vítima não estava sob os cuidados do suspeito.
Em uma ocasião, ele ajudou a dar banho na mulher e induziu a parceira que o ajudava no procedimento a deixar o local. Sozinho, segundo a polícia, ele acariciou a paciente por diversas vezes. Mesmo sob efeito de medicamentos, ela percebeu o estupro.
Em depoimento, o homem negou as acusações em depoimento e justificou as repetidas visitas ao leito alegando que o monitor do local apresentava "sucessivos problemas", o que não foi relatado no prontuário ou comunicado à enfermeira que chefiava o plantão.
A direção do Quinta D’or informou que o técnico foi demitido porque, segundo a unidade, quebrou protocolos. Ele deveria estar acompanhado por outro funcionário na hora do banho na paciente, o que não ocorreu.
Assista ao vídeo:
