Marina Silva. Imagem: namiradogroove |
Marina Silva, ex-senadora, afirmou, em apresentação sobre os recentes protestos por todo o Brasil: "Eu sempre dizia que era um erro tratar esses movimentos como se eles fossem apenas movimentos virtuais, 'na internet', e eu dizia em várias palestras que era só uma questão de tempo e que iria transbordar do virtual para o presencial. Transbordou e agora as pessoas estão nas ruas".
Destacou uma "outra demanda" que também está colocada (além da redução do preço das passagens): "Há uma outra demanda. É que as pessoas não estão suportando mais essa situação de impotência para transformar politicamente aquilo que de fato elas querem que seja transformado, porque a cada ano que passa as pessoas vão percebendo que o monopólio da política exercido pelos grandes partidos as coloca no lugar de meros espectadores da política".
Prosseguiu: "Eles não querem ser apenas espectadores. Eles querem ser mobilizadores, protagonistas dos processos de transformação. Esses movimentos de borda têm uma característica muito particular: eles são multicêntricos, eles são horizontais, ainda que existam algumas forças ou até pessoas ligadas a partido político, mas isso é apenas residual. A força desse movimento é que ele é um movimento autoral. Não é dirigido por partido, não é dirigido por sindicato, por ONG, por lideranças carismáticas (...)".
Qual é a sua posição a respeito? Existe horizontalidade e independência? Sob que perspectiva os partidos estão se imiscuindo ou até mesmo se aproveitando da iniciativa popular? O envolvimento de partidos afeta a credibilidade das manifestações ou é algo admissível, desde que não se dependa dos mesmos, tampouco que estes tenham interferência ou sobreposição? Sob que medida opositores às manifestações estão utilizando isto para difamar os movimentos? Manifeste sua opinião e contribua para o diálogo democrático.
Lígia Ferreira é analista de sócio-mecanismos.
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