Emanuel Pinheiro diz que deputada Luciane Bezerra foi deselegante e antiética

Emanuel PinheiroEm entrevista concedida ao Blog do Antero, o relator da CPI do MT Saúde, deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) afirmou que a postura adotada pela deputada estadual Luciane Bezerra (PSB), ao dizer que apresentará um relatório paralelo ao seu, foi “deselegante e antiética”.
“Eu achei, sinceramente, uma deselegância por parte da deputada. Ela foi antiética. Ele me conhece, temos um ótimo relacionamento. Tenho um carinho e um respeito enormes por ela e acredito que se manifestou de forma precipitada e desnecessária. Vamos conversar. Tenho certeza que é mais precipitação, não é o que pensa de coração”.
A deputada estadual Luciane Bezerra afirmou que apresentará um documento paralelo caso o apresentado por Emanuel Pinheiro não contemple todas as constatações de desvio de recursos apontadas por ela durante os trabalhos da comissão.
Luciane acredita ainda que, por ser da base aliada ao governo do Estado, Emanuel pode omitir informações que poderiam prejudicar a imagem ou que incriminem os antigos gestores do plano, funcionários públicos ou ocupantes de cargos de confiança no staff do governador Silval Barbosa (PMDB). Emanuel Pinheiro descartou que essa possibilidade possa se concretizar.
O relator afirmou que até o dia 27 de junho, data limite para conclusão dos trabalhos, o relatório será concluído. “Existem muitos documentos. Estou estudando em cima de todos eles, aprofundando as informações, analisando documentos e contra documentos encaminhados e também os depoimentos. Estamos vendo para poder entregar dentro do prazo. Se puder entregar com antecedência, entrega, mas trabalhamos com o prazo”.
Embora ainda não tenha concluído os trabalhos, Emanuel Pinheiro diz que os documentos apontam que houve má gestão do plano MT Saúde. “Essa má gestão gerou instabilidade que quase quebrou o plano nos anos de 2011 e 2012. Isso foi constatado. O que resta saber é se essa instabilidade, essa má gestão foi culposa ou dolosa. Estou avaliando isso com bastante cuidado”.
Luciane ressaltou que os desvios e má gestão detectados pela CPI resultaram em uma dívida de R$ 73 milhões, que já foi paga pelo governo do Estado para restabelecer o atendimento aos segurados pelos hospitais conveniados. Além disso, a comissão constatou que o sistema de gestão precisa ser alterado, pois atualmente é insustentável.
Acredita-se que aproximadamente R$ 20 milhões tenham sido desviados do MT Saúde. Contudo, ainda não foi identificado quem teria recebido este valor. O dinheiro era descontado dos pagamentos dos servidores filiados, mas não chegava às unidades médicas conveniadas. Estas, por sua vez, interromperam os atendimentos no final de 2012, o que resultou em uma enorme crise do plano, que perdeu milhares de clientes.