Menor ainda não foi ouvida pela Polícia Civil que apura crime de abuso onde acusado cometeu suicídio.
A Polícia Civil de Lucas do Rio Verde deverá ouvir na próxima semana a criança de 13 anos que foi flagrada na última terça-feira por uma guarnição da Polícia Militar, como vítima de abuso sexual do próprio pai. Na ocasião, a menor estava acompanhava o pai numa área próxima a um posto de combustíveis na Avenida da Produção. Na ocasião, os militares avistaram o veículo estacionado e ao fazer a abordagem encontraram o acusado com as calças arriadas. Ao ser indagada, a menor afirmou que o pai a obrigara a praticar sexo oral. Detido, o homem acabou cometendo suicídio numa das celas da Delegacia Municipal na madrugada seguinte.
De acordo com o delegado Marcelo Torhacs, os procedimentos seguintes ao flagrante foram tomados e mesmo com a morte do acusado, um caminhoneiro de 49 anos, a investigação prossegue. A pedido da Justiça, a menor foi avaliada por um médico que confirmou, em laudo, que ela não é mais virgem. "(O laudo) constata vestígio compatível com o relato dela", explicou o delegado. Aos policiais militares e aos conselheireiros tutelares ela afirmou que o pai fizera sexo na noite de domingo e não usou preservativos. "Ela já tinha sido deflorada, mesmo tendo 13 anos".
Em relação ao laudo da morte do caminhoneiro, ficou constatada a morte por asfixia. O homem foi encontrado suspenso na cela. Ele teria usado a própria calça, amarrando uma das pernas num duto de ventilação da cela e a outra no próprio pescoço. O corpo foi encontrado num canto, próximo a porta de entrada da cela. O laudo que apura como ocorreu o enforcamento, feito a partir dos trabalhos dos peritos do IML de Sinop, será entregue na próxima semana ao delegado responsável pelo inquérito.
"Estamos aguardando a vítima para ver se ela confirma a versão dada aos policiais militares e Conselho Tutelar durante a prisão", assinalou o delegado, confirmando que mãe compareceu nesta sexta-feira à Delegacia.
O delegado explicou que o prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, a partir do flagrante feito pela Polícia Militar e que nesse período deve investigar se houve estupro de vulnerável e se houver a confirmação, se havia conhecimento dos familiares. O caso pode ser extinto caso não se confirme o abuso ou tenha ficado restrito ao acusado. "Se ficar comprovado que só o genitor praticava a conduta, vai ser encerrado e haverá a extinção da punibilidade pela morte dele. Se houver outro elemento de informação ele será incorporado ao inquérito", concluiu.
Autor: ExpressoMT/Celso Ferreira Nery