Morador de Taguatinga está entre os 14 detidos pela PF em nove unidades da Federação. Polícia apura se suspeitos participam de organização criminosa
Quatorze pessoas foram presas e dois menores apreendidos em flagrante ontem em uma ação da Polícia Federal (PF) de combate à pornografia infantil. A Operação Infância Segura foi deflagrada na madrugada de sexta-feira e cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em 16 cidades, de nove unidades da Federação. No Distrito Federal, um rapaz de 20 anos foi preso em Taguatinga com um HD repleto de vídeos de pedofilia — ele é suspeito de divulgar e repassar o material na internet. Segundo a PF, alguns dos presos têm ligação direta, mas ainda não há confirmação se todos fazem parte de uma rede ou quadrilha. O órgão disse que todos os DVDs, CDs, computadores e fotos apreendidos serão periciados e, com base no laudo, poderá ser comprovado se, de fato, há uma organização.
A Operação Infância Segura é uma continuação da Operação Dirty Net, deflagrada no Rio Grande do Sul no ano passado, que culminou na prisão de 32 pessoas. "Continuamos as investigações e fazemos monitoramentos desde setembro de 2012", explicou a delegada Tatiana da Costa Almeida, do Grupo Especializado de Combate aos Crimes de Ódio e Pornografia Infantil na Internet da PF. De acordo com Tatiana, no material apreendido, há retratos de crianças nuas, algumas em poses de sexo explícito. "Por trás de cada imagem, existe uma criança abusada." As vítimas e os agressores que aparecem no material ainda não foram identificados.
O crime de posse de material de pornografia infantil está no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), prevê pena de um a quatro anos de reclusão e é afiançável. Já difundir, trocar ou disponibilizar o material em outro meio para download é inafiançável e tem punição de três a seis anos de prisão. Segundo Tatiana, a PF troca informações com órgãos internacionais, como a Interpol, para chegar aos suspeitos no Brasil. "Com a internet, e-mails e outras ferramentas, como redes sociais, ultrapassam fronteiras. Um policial estrangeiro pode verificar um alvo brasileiro e nos encaminhar as informações. A partir daí, procuramos o alvo." A delegada afirmou que a Polícia Federal continuará a fazer o monitoramento das redes para verificar mais pessoas que usam a internet de forma ilícita.
Tatiana ressalta que, nessas ações, a maioria das pessoas confessou o crime após a chegada da polícia. "A perícia vai ao local e consegue verificar na hora se a pessoa tem as imagens. Uma vez que eles estão ali, não há outro meio a não ser confessar", disse.
Denúncias
Levantamento feito pela ONG Safernet, que concentra dados sobre violações aos direitos humanos na internet, mostra que, somente em 2012, houve 24.073 registros de páginas com conteúdos de pornografia infantil. O crime é o campeão de denúncias à entidade. No Facebook, a Safernet tomou conhecimento de, pelo menos, 1.969 endereços eletrônicos, abaixo apenas de comunidades com conteúdo racista. "De 2010 a 2012, houve uma ligeira redução na quantidade de páginas de pornografia infantil", disse o presidente da Safernet, Thiago Tavares Nunes de Oliveira, em entrevista ao Correio no início do ano.
Levantamento feito pela ONG Safernet, que concentra dados sobre violações aos direitos humanos na internet, mostra que, somente em 2012, houve 24.073 registros de páginas com conteúdos de pornografia infantil. O crime é o campeão de denúncias à entidade. No Facebook, a Safernet tomou conhecimento de, pelo menos, 1.969 endereços eletrônicos, abaixo apenas de comunidades com conteúdo racista. "De 2010 a 2012, houve uma ligeira redução na quantidade de páginas de pornografia infantil", disse o presidente da Safernet, Thiago Tavares Nunes de Oliveira, em entrevista ao Correio no início do ano.
"Por trás de cada imagem, existe uma criança abusada"
Tatiana da Costa Almeida, delegada do Grupo Especializado de Combate aos Crimes de Ódio e Pornografia Infantil na Internet da PF
Tatiana da Costa Almeida, delegada do Grupo Especializado de Combate aos Crimes de Ódio e Pornografia Infantil na Internet da PF
Tumultos do
Bolsa Família
O Ministério Público Federal de Goiás instaurou ontem um inquérito civil público para investigar o que causou o tumulto nas agências da Caixa Econômica Federal, em 18 e 19 de maio, quando pessoas atendidas pelo programa Bolsa Família correram aos caixas para sacar o benefício. O procurador da República Ailton Benedito determinou que a Caixa responda, em 10 dias, por que antecipou o pagamento do Bolsa Família e por que não informou que faria a liberação. Em coletiva, o presidente do banco estatal, Jorge Hereda, pediu desculpas e disse que a antecipação foi causada por uma mudança para correção no cadastro dos beneficiários. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar o caso.
Bolsa Família
O Ministério Público Federal de Goiás instaurou ontem um inquérito civil público para investigar o que causou o tumulto nas agências da Caixa Econômica Federal, em 18 e 19 de maio, quando pessoas atendidas pelo programa Bolsa Família correram aos caixas para sacar o benefício. O procurador da República Ailton Benedito determinou que a Caixa responda, em 10 dias, por que antecipou o pagamento do Bolsa Família e por que não informou que faria a liberação. Em coletiva, o presidente do banco estatal, Jorge Hereda, pediu desculpas e disse que a antecipação foi causada por uma mudança para correção no cadastro dos beneficiários. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar o caso.