Abusos sexuais são os casos mais incidentes

(Delegada titular da Delegacia de Polícia de Carazinho,
Rita de Carli, orienta os pais a ficarem atentos sobre
situações de abuso em crianças e adolescentes /
 FOTO: DM/MAYARA DALLA LIBERA )

Segundo a coordenadora do Conselho, Eva Janir Pedroso, os casos mais assustadores envolvem problemas psicóticos e agressores dentro da própria família. “Em alguns casos, as vítimas acham normal tudo aquilo que acontece. Alguns só percebem o crime sexual dentro de sua casa, quando visitamos e fazemos o diagnóstico”, relatou Eva.

De acordo com a conselheira tutelar, Giane Cristine Arendt, o trabalho dos conselheiros aumentou com a nova lei que considera assédio sexual uma forma estupro. “O Conselho faz a visita e a investigação sob qualquer suspeita de crime sexual, mesmo não sendo um fato consumado. Agora não precisa ter o ato sexual com penetração para se configurar estupro. Nesse sentido, os casos mais combatidos envolvem meninas grávidas com menos de catorze anos, pois mesmo com o consentimento da menina, é considerado ato de estupro de vulneráveis”, disse.

De acordo com a titular da Delegacia de Polícia de Carazinho, Rita de Carli, durante o mês de maio, a DPCA intensificou as atividades de investigação dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes e realizou atividades de fiscalização e de conscientização, com vistas à informação e à prevenção.
O comportamento, atitude ou sintomas que crianças ou adolescentes vítimas de abusos sexuais apresentam podem ser identificados pelos pais.
Abuso sexual é o ato de violência contra a dignidade sexual da criança ou do adolescente e ocorrem quando um adulto ou um adolescente, de regra mais velho, busca uma aproximação com criança ou adolescente, para obter prazer sexual, fazendo uso de artifícios diversos (drogas, álcool, promessas, oferecimento de presentes e subornos, por exemplo), de ameaças ou de violência.
Essa violência pode ocorrer tanto no contexto familiar (casos mais frequentes), como fora de casa. Já a exploração sexual acontece quando o ato de abuso possui fim comercial, quando visa o lucro. De acordo com a delegada, trata-se do ato de induzir ou forçar a criança ou o adolescente a manter relações sexuais, em troca de pagamento ou ganhos. “A prostituição infanto-juvenil não existe, a criança ou o adolescente é sempre vítima. São exemplos da exploração sexual comercial a pornografia, o trabalho sexual infanto-juvenil, o turismo sexual e o tráfico de crianças e de adolescentes”, disse.
A pedofilia está associada à um grave distúrbio de conduta sexual, com desejos compulsivos por crianças ou adolescentes e pode ser uma forma de abuso ou de exploração sexual, podendo ter característica homossexual ou heterossexual.



Fonte: Diario da Manhã
DPCA e Conselho Tutelar trabalham na prevenção e assistência às vítimas no município. A identificação de crimes contra menores pode ser verificada em casa, de acordo com os sintomas apresentados pela criança ou adolescente.

No Rio Grande do Sul, somente no 1º quadrimestre de 2013, há o registro de 1.211 casos envolvendo crianças e adolescentes vítimas de crimes sexuais. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, a grande parte desses números – 903 – é de estupros. Em Carazinho, o trabalho da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar visa coibir a ação desses criminosos, prevenindo e prestando assistência.