Lamentavelmente, cada dia é mais comum ver nos noticiários casos de negligência contra crianças, e de violência, seja ela física, sexual ou psicológica, que também é a realidade de muitos adolescentes. Em Ribeirão Pires, por exemplo, já houve registro de uma suspeita de violência sexual contra um bebê de sete meses.
Em 2010, foram registrados no Conselho Tutelar de Ribeirão Pires: 18 casos de risco social; 03 de maus tratos; 07 de agressão física; 20 de negligência; e 02 de violência psicológica. No que diz respeito à crime contra a dignidade sexual, foram 08 suspeitas de abuso (ainda em investigação); e 03 casos confirmados. A assistente social do Serviço de Atendimento à Pessoa em Situação de Violência, Maria Helena Gonçalves Rios, ressalta que não é preciso haver penetração para caracterizar abuso sexual.
Este ano, até o dia 11 de julho, já foram registradas 10 ocorrências de negligência; 06 de risco social; 03 de agressão física; 01 de violência psicológica; 01 de maus tratos; 01 de abandono de incapaz; 04 suspeitas de abuso sexual e 02 casos confirmados.
O Conselho Tutelar atende ainda outras situações, como evasão escolar, solicitação de vaga em creche e acompanhamento a pedido da Vara de Infância e Juventude de Guarda. No ano passado foram registrados 310 atendimentos novos. Em 2011, até o dia 11 deste mês, foram 287 atendimentos novos.
Ribeirão Pires possui ainda outro espaço para atendimento à essas pessoas. Trata-se do no Núcleo de Prevenção à Violência e Acidentes, Promoção da Saúde e Cultura da Paz, um departamento da Secretaria de Saúde e Higiene que funciona no Hospital São Lucas. O Núcleo atende ainda pacientes vítimas de violência urbana (assalto, sequestro, homicídio…), que recebem atendimento e são encaminhados para outros departamentos, como assistência social, por exemplo.
O quadro abaixo mostra os casos registrados pelo Núcleo em 2011 e de janeiro a 06 de julho de 2011:
2010 | Casos registrados – Crianças | Casos registrados – Adolescentes |
Violência sexual | 07 casos | 04 casos |
Violência doméstica | 03 casos | 03 casos |
Violência intrapessoal | NENHUM CASO | 06 casos |
2011 – de jan. até 06 de julho | Casos registrados – Crianças | Casos registrados – Adolescentes |
Violência sexual | 05 casos | 01 caso |
Violência doméstica | 01 caso | 01 caso |
Violência intrapessoal | NENHUM CASO | 01 caso |
Rita Montesso é psicóloga e coordenadora do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial – Infância e Adolescência). Diariamente, os mais variados casos sofridos chegam à ela, e no Centro, as vítimas e familiares são acolhidas e passam por tratamento. Lidando com tantas situações dolorosas, ela conta a que mais a marcou. “Foi o caso de uma criança que sofreu maus tratos, chegou à nós com desnutrição, e isso comprometeu todo o desenvolvimento dela. Ela está abrigada e só agora, com dois anos de idade, começou a andar e a se comunicar”.
Para o secretário de Promoção Social, Eduardo Nogueira, a solução para o problema da violência doméstica está na estrutura da família, que tem estado perdida nos últimos tempos. “Essas coisas ruins que acontecem são reflexo da falta de estrutura da família. O nosso trabalho na Promoção Social busca justamente fortalecê-la”.
Para denunciar – Denúncias de violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (telefone de atendimento nacional), ou pelos números 4824-8473/ 4825-1152. “Denuncie, pois quem agrediu uma criança, pode agredir o seu filho também”, finaliza a assistente social, Maria Helena.
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