PEDOFILIA:Após casos no Sertão alagoano, psicólogo alerta: "Pedofilia não escolhe classe social"

por Emanuelle Oliveira

PC-AL
Após casos no Sertão alagoano, psicólogo alerta: "Pedofilia não escolhe classe social"
A prisão de 12 pessoas envolvidas em casos de pedofilia em Água Branca, no interior de Alagoas, realizada pela Polícia Civil, no último dia 21, foi destaque nacional, já que entre os acusados, dez são idosos, sendo que um tem 90 anos. Eles são acusados de estuprar três meninas, com idades entre seis e onze anos.
Nesta segunda-feira (25) o funcionário público José Ronaldo Rodrigues Pereira, de 43 anos, também foi preso acusado de abusar de quatro meninas, entre elas, a filha, no mesmo município.
José Ronaldo, que é conhecido como “Periquito Falador”, usava filmes e materiais pornográficos para atrair as crianças. O delegado regional de Delmiro Gouveia, Manoel Wanderley, vem conduzindo as investigações, uma vez que mais casos de pedofilia podem ser descobertos no interior do Estado.
O Cadaminuto ouviu o psicólogo Laerth Leite que traçou o perfil de uma pessoa que sofre de pedofilia, que é classificada com uma doença incurável. Ele explicou que em várias partes do mundo há uma discussão sobre a castração dos acusados, lembrando que quem sofreu violência sexual na infância pode manifestar sinais da doença ou ter transtornos quanto à sexualidade.
“O pedófilo é alguém que tem atração sexual por crianças e manifesta isso com certos comportamentos na internet e até na rua. Infelizmente, os casos tendem a aumentar porque quando uma vítima não realiza um tratamento adequado pode fazer a mesma coisa quando adulta, ocorrendo um bloqueio da sexualidade. A pedofilia não escolhe raça, religião nem classe social, pois não é algo orgânico e sim, psíquico”, explicou.
Segundo o psicólogo, um pedófilo tem algumas atitudes suspeitas, mas que nem sempre estão relacionadas a essa doença. Ele destacou que quem apresenta esse distúrbio tem dificuldade de relacionamento amoroso com outros adultos e prefere brincar com crianças.
“É difícil traçar um perfil, mas essas pessoas costumam 'comprar' as crianças com presentes, comida, não é uma forma de conquista natural porque elas não amam a criança e só querem usá-la”, disse.
O psicólogo afirmou ainda, que é possível detectar alguns comportamentos nas vítimas. “A criança que tem pesadelo, acorda assustada, se isola, tem medo ou rejeita o toque de um adulto, um simples abraço ou vai mal na escola e não quer se alimentar pode estar sofrendo violência sexual. Mas, nem sempre esses sinais são por causa da pedofilia, uma criança também pode tê-los por estar sendo maltratada pela babá”, reforçou.
Prevenção
Laerth Leite explicou que 70% dos casos de pedofilia não são descobertos, já que mães “fingem que não veem”, quando os envolvidos são pais ou padrastos das vítimas, destacando que muitas crianças que sofrem os abusos são ameaçadas. “O pedófilo diz que vai matar a mãe ou outro parente da vítima. Meninas que sofrem violência sexual não conseguem ter uma vida normal e em alguns casos, se tornam prostitutas, como a Bruna Surfistinha.
O psicólogo explicou que a única forma de evitar que os filhos sejam vítimas de abuso sexual é conversando, sobre as atitudes que os pedófilos têm. “Deve haver uma conversa bem franca sobre esse assunto. Os pais devem explicar que as pessoas não podem tocar as partes íntimas das crianças e que se isso acontecer, eles devem ser comunicados, mesmo se houver alguma ameaça feita pelo acusado", reforçou.
“O pior disso é que às vezes o pai é o pedófilo e também pessoas da família. Já vi um caso no qual uma criança de 8 anos foi abusada pelo primo de 18, que disse que era normal que ela começasse a vida sexual fazendo sexo oral no parente. A criança cresceu achando que isso era normal. As denúncias podem ser feitas pelo Disk 100, de forma anônima”, ressaltou.   

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