PSD do Riva

Aqui em Brasília, um comentário domina os corredores do congresso nacional. É a criação do partido do deputado estadual José Riva, presidente do Poder Legislativo de Mato Grosso e o grande responsável pela reativação do futebol em Cuiabá, quando investiu pesado no Mixto Esporte Clube, o maior time da história de Mato Grosso. 

O PSD, ídolo de uma geração vitoriosa que, junto ao PTB de época séria, ensinou ao mundo a perfeição das conquistas sociais dos trabalhadores brasileiros, cuja fórmula o mundo tentou copiar sem sucesso por causa da força do capitalismo internacional. 

Falam tanto na ditadura de Vargas e se esquecem de que ele foi candidato após a “sua” ditadura que consertou muita coisa no Brasil, a ponto de ser eleito pelo povo para a poltrona de couro marrom, chamuscada de cinzas ardentes de seus charutos, no gabinete presidencial do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. 

Aliás, está surgindo um movimento com força por aqui com o objetivo de mudarem novamente a capital do Brasil para o Rio de meus amores, no embalo do projeto dessas mais de vinte novas divisões da Pátria. 

Provando que Brasília não serve mesmo. Vejam o que esse planalto com cerrado esquisito, árido e seco que vive empurrando os políticos para fora de lá produziu até hoje. 

Dois senadores me confessaram que eles, pelo menos uma vez na vida, pensam em algo para o Brasil, mas é só descer em Brasília que ficam com raiva do mundo, desistem de tudo e partem para os mensalões, toma-lá-dá-cá, cuecas, sutiãs, bolsas, pastas negras... 

E me adiantaram que fazem parte do bloco embrionário que pretende mudar a capital do Brasil para o palco iluminado da mágica Copacabana. E foram além, afirmando que será uma enorme economia para a nação tupiniquim. 

Nenhum político pensará em retornar aos seus domínios eleitorais, suas bases, suas cidades. Ao invés disso, após eleitos, mudarão de mala e cuia para as praias cariocas com suas secretárias que abandonarão seus terninhos pelos biquínis e jamais sairão de perto do Congresso Nacional, do Catete ou dos ministérios. Sentirão prazer em trabalhar por lá mesmo até nos recessos que pretendem acabar com eles, caso conseguirem mudar a sede de Brasília para o palácio encantado do mundo carioca. Querem propor o retorno dos cassinos no Morro da Urca, no Copacabana Palace, por aí... 

Com isso, Cuiabá ficará bem longe desses bichos-de-sete-cabeças que promovem tantos escândalos em nossa capital só para que a TV Globo que está perdendo totalmente seu ibope fique falando mal de Cuiabá, incentivando seus repórteres locais a “darem pito” toda hora nos motoristas daqui, ao invés de erguerem a taça sagrada do bom jornalismo que é defender o povo dessas mazelas e jamais colocando o dedo em nossos narizes, afirmando que o caos no trânsito é nossa culpa, por exemplo. 

Levantem a lebre e questionem o Edivá: por que tantos quebra-molas em cidade da Copa do Pantanal?, por que sinaleiros dinossauros e por que tanta incompetência contra o nosso povo? Até parece que ele nem é cuiabano. 

Exercem o quarto poder das verdadeiras democracias do mundo moderno de maneira invertida. Agridem o povo dizendo todo santo dia que somos maus motoristas, ao invés de irem fundo e falarem a verdade, coisa que jamais o fazem, divulgando o porquê do caos no trânsito do Alencastro. Um Ministério Público que defende os crimes e condena os inocentes não deve ser o papel da imprensa livre. 

Por isso, pelas saudades de um passado bom que tivemos, o PSD do Riva já nasceu forte, pelo menos até agora, pois me confidenciaram que o PTB está jogando água na fervura, o PMDB também e umas “sigilosas dívidas” partidárias impedem o passe do PSD, da mesma forma que os passes presos de jogadores de futebol. 

Mas, vamos aproveitar a maré boa desse sonho da mudança da capital do Brasil, enquanto temos um Executivo estadual que nos brinda com surpresas boas do Silval, um excelente Legislativo estadual que nos faz esquecer dos problemas dos vereadores de Cuiabá, um TCE depurado e competentíssimo, o Poder Judiciário tomando forma extraordinária e o nosso MP que nos garante confiança no futuro de todos nós. 



* PAULO ZAVIASKY é jornalista 

verpz@terra.com.br