Violência policial mostra que governo de Mato Grosso não está preparado para enfrentar aqui possível onda de protestos dos indignados brasileiros

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Protestos UFMT
Repressão violenta contra estudantes da UFMT: episódio recente que mostra despreparo do governo e PM
O Brasil já tem seus indignados, jovens que se espelham na experiência de jovens que lideram protestos nos países endividados da Europa, como a Espanha, ou dos jovens que lideraram a Primavera Árabe, a luta contra as ditaduras instaladas nos países do Oriente Médio.
Essa é uma realidade que agora deveremos viver, a partir dos protestos no Rio e em São Paulo contra os preços das tarifas de ônibus. Os protestos certamente ganharão novos motivos mas o mote será sempre o mesmo: a melhoria da qualidade de vida e da condição da cidadania.
O Brasil, e Mato Grosso estará incluído, agora terá que viver com as demandas de um público que parece ter despertado de um longo período de sono de muitos anos. Os jovens que não viveram a ditadura militar brasileira querem mais. Eles não querem apenas crescimento, querem uma melhor qualidade de vida.
O movimento novo e inesperado de indignação, ainda tateando em solo brasileiro, sem experiência, com os políticos assustados e policiais dispostos a reprimir, deverá ganhar cada vez mais corpo.
Deverá ir refinado-se, com as manifestações ganhando uma crescente e se alastrando para outras regiões metropolitanas, como a Grande Cuiabá, porque não.
A aplicação da lei tem que entender que eles estão nas ruas para defender o direito de protestar em uma democracia.
A repressão de um punhado de manifestantes radicais e violentos que se aproveitam de águas turbulentas, como sempre, deve obedecer a defesa dos jovens que lutam por uma maior democracia.
Os erros da repressão policial violenta contra os estudantes da UFMT, que realizavam um protesto na avenida Fernando Corrêa, ainda estão na memória.
Se esta onda de protestos chegar a Mato Grosso, o governo e a PM precisam estar preparados para lidar com a liberdade de manifestação, que se espera que seja tão indignada quanto pacífica.
(Com El Pais)