Três homens e um adolescente foram detidos em flagrante. Artigo 234 do Código Penal prevê penas de seis meses a um ano de prisão para quem faz ou expõe material obsceno
Um trabalho de inteligência da Polícia Civil desarticulou um dos grupos responsáveis pela divulgação de panfletos com propaganda de prostituição nos orelhões do Centro de Curitiba. Na manhã de ontem, após 30 dias de investigações, policiais do 1.º Distrito Policial apreenderam um adolescente e prenderam três homens que afixavam os materiais nos telefones públicos. A partir de hoje, novas diligências devem ser realizadas para chegar aos responsáveis pela impressão dos materiais.
Durante as investigações, uma policial feminina passava recolhendo os papéis, como se estivesse apenas incomodada com esse tipo de propaganda. Em seguida, policiais em campana observaram que os suspeitos passavam repondo os panfletos. Os três homens e o adolescente foram detidos na região da Boca Maldita. Os adultos acabaram enquadrados no artigo 234 do Código Penal, que prevê penas de seis meses a um ano de prisão para quem faz ou expõe material obsceno.
Sobrevida
Operadora aposta em telefones públicos com conexão Wi-Fi
Na tentativa de ressuscitar a funcionalidade dos telefones públicos, as concessionárias de telefonia devem agregar novos serviços de tecnologia nos orelhões. A Oi diz ter implantado o acesso à internet por meio da tecnologia Wi-Fi (conexão sem fio) em Florianópolis e que pretende instalar o serviço em mais mil aparelhos espalhados em capitais brasileiras.
A implantação do acesso à internet em orelhões já foi defendida, inclusive, por membros da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em junho do ano passado, a conselheira relatora da agência reguladora, Emília Maria Curi, lançou um edital de consulta pública sobre esse tipo de serviço e a possibilidade de diversificar o sistema de cobrança em telefones públicos.
O engenheiro elétrico Carlos Gianoto, porém, é cético em relação às novas funções propostas aos orelhões. “Hot spots em localidades públicas era comum em outros países. Mas, mesmo com a rede congestionada, a pessoa ainda prefere a comunidade do celular”.
Segundo o delegado Jairo Estorilio, os homens trabalhavam por pouco dinheiro e já haviam sido flagrados no mesmo crime. “Eles já haviam sido presos outras quatro vezes por colocar os panfletos. Mas a diferença é que desta vez temos informações sobre a origem dos panfletos”, aponta.
De acordo com o delegado, uma das explicações para a utilização dos telefones públicos como ponto de propaganda pornográfica pode estar no fato de eles serem pouco utilizados e também oferecerem privacidade para quem vai atrás dos serviços das mulheres.
Desde 2007, a OI, concessionária que administra o serviço no Paraná, registrou queda de 40% na venda de cartões telefônicos. Já a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), informou que a quantidade de créditos de cartões indutivos vendidos no país caiu mais de sete vezes nos últimos cinco anos – passando de 21,4 bilhões em 2007 para 3 bilhões em 2011.
Apesar do desuso desses aparelhos, prostitutas promovidas nos panfletos garantem que a estratégia ainda funciona. A reportagem telefonou para os números impressos. Em um dos telefonemas, uma mulher identificada apenas como Grazy não titubeou quando confrontada com os dados sobre a utilização dos orelhões. “É um marketing consolidado”, justificou.
Ela lamentou, porém, já não encontrar a mesma profusão de aparelhos espalhados pelas calçadas curitibanas. E a lamentação tem um motivo. O Plano de Universalização do setor foi revisto em 2011 e rebaixou a densidade mínima de telefones públicos de seis por grupo de mil habitantes para quatro. Entre 2010 e 2011, o país perdeu 64.409 orelhões (queda de 6%). Já Curitiba teve decréscimo de 2.226 aparelhos (-18%).





