Naquela época, contabiliza Néviton, mais de 15 mil títulos de propriedade foram entregues aos ocupantes dos lotes, juntamente com cerca de 10 mil unidades habitacionais, resultante de parceria do município com a ala federal. "Trabalho do qual participei ativamente, ao lado de João Emanuel.Tivemos ainda integral apoio de outros colegas parlamentares. Em resumo, é preciso dar continuidade urgente à regularização fundiária, não simplesmente despejar, como anunciaram. A pretendida reintegração de posse no Dr. Fábio II, exigida pela Prefeitura de Cuiabá, significa o caos: é desabrigo breve para centenas de famílias que não têm onde morar. Se a Justiça existe, e eu acredito nela, isto não sucederá".
Néviton disse que ouviu do próprio prefeito Mauro Mendes a seguinte frase, quando esteve em audiência com a autoridade para lhe expor a aflição dos 470 moradores do Dr. Fábio II, oportunidade em que solicitou oficialmente uma reunião entre o Executivo e os moradores do Dr. Fábio II.
"Ele (Mauro) deixou claro que não tinha conhecimento disso. Também lembrou que disputou e se tornou prefeito de Cuiabá para promover habitação, e não desalojar ninguém de suas casas. Inclusive, citou, essa foi uma de suas promessas de campanha. Particularmente, acredito que não faria o contrário agora, em desrespeito às próprias palavras. Portanto, confio que o prefeito terá um olhar diferenciado, bem humano, para diluir essa ameaça de despejo que tem tirado as noites de sono daquele povo trabalhador do Dr. Fábio II. Não são grileiros, são honestos. Tudo que desejam é a garantia de um lar".
Igualmente indignado com essa ameaça de despejo, o vereador Marcrean dos Santos, PRTB, acredita que uma solução favorável aos moradores possa ser intermediada pela Câmara. "Juntos, vamos encontrar uma solução que não prejudique nenhum morador. Despejar não é a saída, nunca foi. Para onde eles irão? A maioria sequer tem dinheiro para manter suas proles, a panela com arroz e feijão. Agora, retirá-los dali, praticamente do dia pra noite, não é uma atitude que mereça aplausos. Estamos falando de pessoas, crianças, idosos, portadores de necessidades especiais... O prefeito terá fina sensibilidade para ouvi-los e reverter isso, é minha esperança. Nós, vereadores, vamos cobrar uma solução".
João Carlos Queiroz Secom/Câmara
