Manifestantes pressionaram e conseguiram o aumento do tempo de integração, volta dos cobradores e ampliação do passe-livre
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Da Reportagem
Dizendo-se indignados com o valor da tarifa e com as condições do transporte coletivo em Cuiabá, estudantes de escolas públicas e privadas lotaram ontem a galeria da Câmara de Vereadores, onde acompanharam a votação em regime de urgência e aprovação de cinco projetos sobre o setor, que seguem para sanção ou não da Prefeitura Municipal.
Na sessão matutina de ontem, os parlamentares aprovaram por unanimidade os projetos que proíbem a dupla função motorista-cobrador e prevê a volta do cobrador nos coletivos, o fim da proibição do pagamento feito com dinheiro dentro dos ônibus, a restrição de horário para o uso do passe-livre com liberação nos dias de atividades extras-classes, a liberação do benefício para pós-graduandos, alunos que fazem supletivos, pré-vestibulares ou cursos técnicos tanto na rede pública como privada e o aumento do tempo para integração de 1h30 para 2h30 minutos.
Os estudantes também cobravam a redução da tarifa. “Em Cuiabá, temos um transporte sucateado e caro, mais caro que o Rio de Janeiro. Além disso, a prefeitura paga passe restrito, que só beneficia as empresas, prejudicando o bom aluno que precisa fazer atividades extras como ir a uma biblioteca ou fazer uma pesquisa”, criticou o estudante de pós-graduação Caiubi Kuhn.
Há duas semanas, o prefeito Mauro Mendes reduziu a tarifa de R$ 2,95 para R$ 2,85. Porém, os manifestantes consideram pouco e apontam para um valor de R$ 2,75, a exemplo do Rio de Janeiro, onde o preço teve uma amortização de R$ 0,20.
Segundo Caiubi, atualmente os alunos de pós-graduação não têm direito ao passe livre. “Queremos o fim da restrição do ensino básico à pós-graduação”, cobrou.
Do Diretório Central de Estudantes (DCE/UFMT), a universitária Viviane Mota chegou a sugerir a abertura de uma CPI e uma auditoria para reaver o valor da passagem. “Estamos indignados com o transporte coletivo de má qualidade, sempre superlotados, sem ar condicionado, da falta de estrutura nos pontos e uma tarifa caríssima”, reforçou.
Cerca de 500 estudantes participaram da manifestação. Uma equipe da Polícia Militar (PM) e agentes de trânsito estiveram no local para garantir a segurança e o fluxo de carros nas ruas próximas.
“Tivemos a experiência de pegar o ônibus do ponto final do Pedra 90 até o Centro e o percurso demorou 1h53 minutos. Com isso, constatamos que o tempo de 1h15 minutos é muito curto para fazer a integração”, argumentou Juca do Guaraná.
Por meio da assessoria, a Prefeitura de Cuiabá informou que o preço da tarifa segue uma planilha de custo e regras de concessão, que são claras transparentes e que já estavam em vigência.
Regras, que conforme o município, só serão mudadas com uma nova licitação, o que deve acontecer com a implantação do novo modal Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT).
Quando ao passe livre, lembrou que o valor em torno de R$ 18 milhões ao ano é pago pela própria população, uma vez que o benefício incide sobre o preço da tarifa, tem caráter pedagógico e que basta a escola comunicar à Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (AMTU) para que o aluno possa utilizar o benefício quando há atividade extra-escolar.
NOVO PROTESTO – Hoje aconteceu mais um protesto em Cuiabá. Será o 3º ato Cuiabá contra a Corrupção e Violência. A concentração será na Praça Alencastro a partir das 17h.