Trabalho Infantil Doméstico em Alagoas é tema de campanha


Por Agência Alagoas
O Fórum Estadual de Proteção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Alagoas fará nos dias 08 e 09 deste mês uma campanha de sensibilização no Shopping Maceió com exposição de banner e vídeo sobre a campanha. A ação faz parte de um conjunto de atividades que serão realizadas pelo Fórum Nacional, juntamente com os Fóruns Estaduais de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

As ações serão realizadas pelas Secretarias de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social e da Saúde, Superintendência Regional do Trabalho Emprego, Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado e a Organização Não Governamental Visão Mundial.
Segundo a diretora de Proteção Social Especial, Marluce Pereira, a Seades tem trabalhado no fortalecimento das ações do fórum estadual, que é composto por entidades governamentais e não governamentais. “Nosso trabalho tem sido o de integrar as iniciativas dos membros do fórum, a fim de conseguirmos promover, da maneira mais eficaz possível, o combate da exploração de menores”.
Faz parte também da programação do FETIPAT/AL, ações intersetoriais que serão realizadas no próximo dia 10, na feira livre do município de Pão de Açúcar e tem como objetivo conscientizar a população sobre os malefícios do trabalho precoce. A Seades participará desta ação, articulando e fortalecendo ações de combate ao trabalho infantil no municipio de Pão de Açúcar de forma intersetorial.
No próximo dia 12, a Secretaria Municipal de Assistência Social de Maceió realizará apresentação artística de crianças e adolescentes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo da Semas/Maceió e panfletagem no Calçadão do Comércio de Maceió.

Realidade do trabalho infantil no Brasil

Segundo o relatório Brasil Livre do Trabalho Infantil, organizado pela ONG Repórter Brasil, houve no país um momento de avanço do enfrentamento ao trabalho infantil entre o início dos anos 1990 e meados dos anos 2000, fase marcada pela retirada de crianças e adolescentes das cadeias formais de trabalho.
Hoje, o desafio, além de manter o mesmo ritmo, é erradicar as piores formas de trabalho, como o trabalho doméstico e a exploração sexual. De acordo com o Censo realizado pelo IBGE em 2010, mais de três milhões de brasileiros, entre 10 e 17 anos, estavam trabalhando. Embora o total seja 13,4% menor do que o verificado em 2000, ao considerarmos a faixa entre 10 e 13 anos, verifica-se um aumentou de 1,5%. Este segmento etário concentra, justamente, as piores formas de trabalho infantil.
Outro dado apontado pelo relatório demonstra que mais da metade dos trabalhadores brasileiros, com idades entre 5 e 13 anos, concentra-se no setor agrícola (forte em nosso estado) e extrativista. Nos centros urbanos, o trabalho infantil se dá principalmente em atividades informais e ilícitas, como o tráfico de drogas, ligadas à evasão escolar e com a falta de alternativas oferecidas pelo mercado.