Rafael Antunes
A pedofilia é um tema que assombra a tranquilidade de crianças e seus familiares. O criminoso nem sempre vem de fora. Muitas vezes, quem ataca está dentro da própria casa, com trânsito livre na intimidade da família.
O pedófilo é discreto, amigável e conquista a confiança de suas vítimas. E é para entender e procurar evitar este tipo de crime que conversamos com a Sargento da Polícia Militar, Tania Guerreiro, especialista em pedofilia.
Tânia aponta o pedófilo como um dos criminosos mais difíceis de serem identificados. “A eles não interessa plateia. Eles agem dentro de quatro paredes”.
A conquista da confiança da família faz parte do processo de aproximação da vítima. O pedófilo irá sempre criar uma situação para ficar a sós com a criança.
Esta proximidade com o núcleo familiar dificulta ainda mais a identificação deste tipo de crime. “Nestes casos, a família confia demais no criminoso. Não acredita que ele possa fazer esse tipo de coisa”, ressalta a sargento.
A conquista
Passeios, brinquedos e lanches fazem parte da estratégia de sedução que o pedófilo utiliza sobre a criança. Por isso os pais devem sempre estar atentos aos excessos de agrados.
Passeios, brinquedos e lanches fazem parte da estratégia de sedução que o pedófilo utiliza sobre a criança. Por isso os pais devem sempre estar atentos aos excessos de agrados.
Após conquistar a confiança da criança, o pedófilo tende a agir como se estivesse brincando, passando às carícias, até a ação sexual.
A coação segue até as chantagens, onde o pedófilo consegue o silêncio da criança através de ameaças. Sejam contra a própria vítima ou familiares. Na cabeça da criança surgem medos que a mantêm na posição que facilita a ação do abusador. É o que Tania chama de “Pacto do Silêncio”, onde a vítima omite a ação criminosa.
Por isso, Tania alerta para os limites nas relações entre crianças e adultos. “Crianças não falam a mesma língua dos adultos”.
Mas não só amigos próximos e familiares podem representar ameaças aos pequenos. A especialista chama atenção para os prestadores de serviços. Jamais os pais devem solicitar algum profissional em casa que vá ser recebido pela criança. Pedir um botijão de gás ou entrega de um móvel pode representar a ocasião perfeita para uma ação abusiva.
Na internet
Se no dia a dia já é difícil reconhecer um pedófilo, a internet fornece a ele um ambiente ainda mais difuso. Nunca se sabe quem realmente está por trás de um computador. Mas como proteger a criança sem privá-la da tecnologia?
Se no dia a dia já é difícil reconhecer um pedófilo, a internet fornece a ele um ambiente ainda mais difuso. Nunca se sabe quem realmente está por trás de um computador. Mas como proteger a criança sem privá-la da tecnologia?
Tania Guerreiro aconselha os pais a evitarem a instalação dos equipamentos nos quartos das crianças, para que elas o utilizem onde possam ser observadas. É necessário orientar os pequenos para que não confiem em desconhecidos que apareçam em suas redes virtuais.
A criança deve estar ciente de que dados pessoais, como telefones e endereço, jamais devem ser compartilhados com desconhecidos.
O uso de webcam deve ser restrito ao máximo, quando não evitado. “O pedófilo costuma solicitar fotos inocentes da criança, do rosto mesmo. Até que consiga intimidade para pedir fotos de outras partes do corpo, que serão utilizadas para o adulto chantagear a vítima”.
Diálogo entre pais e filhos
Conversar abertamente com a criança é o melhor método de orientar uma criança contra a ação dos pedófilos. Tania aconselha aos pais um diálogo aberto e claro. “As palavras devem ser comuns à criança. Pênis, pipi, vagina ou perereca. Como a criança conhecer deve ser falado, para que ela tenha uma noção exata dos cuidados a serem tomados. A partir dos 7 anos a criança já pode receber este tipo de orientação”, alerta. O pai tem que estar no nível da criança.
Conversar abertamente com a criança é o melhor método de orientar uma criança contra a ação dos pedófilos. Tania aconselha aos pais um diálogo aberto e claro. “As palavras devem ser comuns à criança. Pênis, pipi, vagina ou perereca. Como a criança conhecer deve ser falado, para que ela tenha uma noção exata dos cuidados a serem tomados. A partir dos 7 anos a criança já pode receber este tipo de orientação”, alerta. O pai tem que estar no nível da criança.
São cuidados necessários para que a vida de uma criança não seja comprometida por um episódio de abuso sexual. Pois, como alerta Tania Guerreiro: “A criança abusada tende a repetir o abuso com outra criança”.





