Câmara se mobiliza contra as drogas

Numa reunião comandada hoje (26-06) pelo presidente do Legislativo de Cuiabá, João Emanuel, PSD, com a participação de vereadores que integram a Comissão de Enfrentamento às Drogas, foram discutidas estratégias institucionais capazes de solucionar o problema crescente das drogas no município. O propósito foi promover uma articulação para saber como está a rede de atendimento a usuários de crack e outras drogas, atendimento extensivo aos familiares. Também foram discutidas ideias que podem se transformar em projetos e programas de exercício conjunto das entidades envolvidas, públicas e privadas
 
"Nosso objetivo é montar um comitê para elaborar um Plano de Ações Integradas com diversas políticas públicas para combater as drogas. Na sequência, visitaremos os programas e projetos de serviço instituídos pelo governo estadual e municipal, para saber se realmente funcionam  e qual é o enfoque dado na questão preventiva", explicou o vereador Wilson Kero Kero, do PRP, presidente da Comissão Parlamentar".
 
O encontro teve lugar no gabinete da presidência, com projeção de vídeos relativos aos males causados pelo avanço das drogas (não apenas o crack) em todo o País. Participaram funcionários do CIAPS Adauto Botelho, Centro de Referência em Direitos Humanos, superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Arthur Nogueira, oficiais da PM (Companhia de Polícia do Grande CPA - comandante capitão Jacques), Coordenaria Estadual do Programa Educacional de Resistência às Drogas - Proerd/MT), Juizado Especial Criminal (juíza Ana Cristina Silva Mendes) e representantes de órgãos de Assistência Social.
 
Na abertura dos trabalhos, João Emanuel fez uma radiografia que considera preocupante em relação à agilidade com que as drogas têm se instalado no município e ampliado o número de vítimas, principalmente os mais jovens. Ele disse que o Parlamento está à disposição para marchar junto com todos os segmentos comunitários e governamentais que queiram se engajar nesta batalha. "Fizemos um levantamento minucioso da realidade que acontece na capital, nos vários pontos de consumo de drogas, as chamadas cracolândias. A pesquisa abrangeu vários aspectos, a exemplo situação sócio-econômica dessas pessoas, sua procedência, saúde, escolaridade, etc... Tornou-se evidente a necessidade de que sejam cadastradas. Muitas sequer dispõem de documentação".
 
Conforme o dirigente do Parlamento, 84% dos entrevistados nas cracolândias são do sexo masculino, entre 18 a 39 anos. "Levantou-se também que 75% têm alguma dependência química, 92% não estudam, 73% são pardos/negros, e conseguem uma renda individual de mais ou menos R$ 150,00, obtidos por meio de pequenos trabalhos (flanelinhas/outros) e esmolas".
 
O cadastramento é importante, citou João Emanuel, pelo fato de que têm conhecimento de tudo que acontece nas redondezas. "Sabem, por exemplo, a que horas alguém abre e fecha seus estabelecimentos, quem esteve por ali e outros dados. Um arrombamento ocorrido na Praça Popular só pôde ser solucionado pela Polícia graças às informações precisas de um flanelinha".
 
João Carlos Queiroz Secom/Câmara