Letícia Sabatella exige acções do governo contra assassínios de camponeses no Pará

Letícia Sabatella exige acções do governo contra assassínios de camponeses no Pará

23 | 07 | 2011   16.26H
A atriz Letícia Sabatella abraçou a luta contra os assassínios de camponeses e líderes ambientalistas no Pará, região norte do Brasil, e exige do governo mais empenho para por fim às mortes no campo.
Destak/Lusa | destak@destak.pt
Em entrevista à Agência Lusa, a atriz defendeu que deve haver uma soma de esforços para acabar com os assassínios e a impunidade na região, que há anos é palco de violência e conflitos entre agricultores, latifundiários e madeireiros.
Segundo Letícia, é preciso "cobrar (exigir) ações das autoridades e apoiar os líderes ameaçados que lutam para defender a sustentabilidade".
Ao lado de outros ativistas e líderes de movimentos sociais, a atriz participou, no último dia 6, numa reunião com o Ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, onde estiveram também representantes da Secretaria de Direitos Humanos e do Congresso Nacional.
"A reunião trouxe bastante luz à questão e esclarecimentos para o próprio ministro", declarou.
Na ocasião, estiveram presentes dois ameaçados de morte: Maria Joel, líder sindical de Rondon do Pará, e o padre Ricardo Rezende, especialista em trabalho escravo que morou cerca de 20 anos no sul daquele Estado brasileiro.
Segundo Letícia, aquela reunião foi agendada porque se torna “urgente pôr um fim às consecutivas mortes que vêm ocorrendo impunemente".
Numa audiência sobre o tema realizada no Senado brasileiro no mês passado, o procurador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, José Marques Teixeira, afirmou que, nos últimos dez anos, o Pará registou 219 homicídios no campo, os quais resultaram em apenas quatro condenações. Relativamente a 37 casos, não foi sequer aberto inquérito para investigar as mortes.
Para a atriz, a situação não mudará "enquanto permanecer o atual modelo de desenvolvimento predatório e enquanto o coronelismo dominar a região, agindo até como um governo paralelo que pune com a morte aqueles que defendem um desenvolvimento sustentável e que respeitam a floresta [amazónica]".
Além de acabar com a impunidade, a atriz defende uma melhor distribuição da terra, hoje concentrada nas mãos de poucos proprietários, e alternativas de sustento equilibrado para os agricultores.
Esta não é a primeira vez que Letícia levanta a voz contra problemas existentes no Brasil. Conhecida internacionalmente pela sua atuação em novelas como "O Clone" e "Caminho das Índias", a atriz também possui uma história como ativista social.
Participa no Movimento Humanos Direitos, popularmente conhecido como "ONG dos Artistas", por reunir, entre outros, celebridades que emprestam a sua visibilidade para chamar a atenção para os problemas da sociedade, como o tráfico humano, a pedofilia e o trabalho escravo.
Letícia também dirigiu o documentário "Hotxuá", sobre a tribo indígena Krahô, que será distribuído no Brasil ainda este ano.
O Movimento Humanos Direitos concentra as suas atividades no Brasil, mas face ao sucesso das novelas brasileiras em países como Angola e Moçambique, a atriz não descarta a possibilidade de que venha a atuar em projetos no estrangeiro. "Na medida do possível nos envolvemos sim, claro", afirmou.
Letícia diz que abraçou o ativismo pela "compaixão" que lhe provocavam as causas. A experiência, conta, enriquece-a "como ser humano e como artista".
Mas descarta, porém, a hipótese de seguir o caminho de outros artistas brasileiros na política, como o do músico Gilberto Gil, que foi ministro da Cultura durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Sou artista mesmo."
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